Brasil

Pai e madrasta de Isabella juram inocência

Indiciados pela morte de Isabella afirmam em entrevista que não são culpados do crime

postado em 20/04/2008 23:36
Vinte e dois dias após a morte da menina Isabella Nardoni, o pai da criança, Alexandre Nardoni, e a madrasta, Anna Carolina Jatobá, concederam ontem a primeira entrevista sobre o crime. Juraram inocência. Apontados pela polícia de São Paulo como os únicos suspeitos e já indiciados por homicídio triplamente qualificado, eles reafirmaram ao programa Fantástico, da Rede Globo, a primeira versão que contaram à policia: de que uma terceira pessoa entrou no apartamento na hora em que eles chegavam da rua, agrediu e matou a garota. Isabella foi asfixiada e depois jogada da janela de um dos quartos do apartamento do pai, no sexto andar do Edifício London, em um bairro da Zona Norte da cidade. ;Nós somos totalmente inocentes. Ela era como minha filha;, disse Anna Carolina. O casal estava emocionado durante a entrevista. Anna Carolina Jatobá chorou várias vezes. Os dois garantiram que nunca agrediram a menina, apesar das marcas de sangue de Isabella encontradas pela perícia no apartamento e no carro deles. ;Eu nunca encostei um dedo na minha filha;, garantiu Alexandre. Anna Carolina também negou as acusações da mãe da garota, Ana Carolina Oliveira, de que Isabella voltava para casa com marcas de agressão. ;Eu nunca encostei nela. Nunca, nunca na minha vida;, jurou a madrasta. Eles também falaram ainda da vida com e sem Isabella, do drama que viveram na cadeia e do suposto massacre da mídia. ;Estão nos julgando e condenando sem nos conhecer. Nós somos inocente;, disse Nardoni. No início das investigações, a polícia pediu e a Justiça decretou a prisão temporária do casal. Os dois ficaram oito dias presos. Alexandre lembrou na entrevista que a filha convivia muito bem com os irmãos Cauã, de 1 ano, e Pietro, de 3. E afirmou que a garota também era bem tratada por Anna Carolina. ;Ela era uma segunda mãe (para Isabella);, disse. Questionados se reafirmavam que uma terceira pessoa entrou no apartamento e matou a menina, os dois foram categóricos: ;Com certeza;. Alexandre disse que não vai sossegar enquanto não encontrar o assassino da filha, promessa que teria feito ainda durante o enterro da garota. Os dois também negaram a existência de sangue de Isabella no carro e em uma fralda encontrada pela perícia no apartamento e que teria servido para limpar o sangue da menina. No final da manhã de ontem, Antônio Nardoni, pai de Alexandre, criticou a condução das investigações policiais. Ele falou que acredita que seja mais fácil para a polícia e para a sociedade condenar a Anna Carolina Jatobá e o pai de Isabella. ;Acho que é mais fácil você acusar a madrasta, porque já tem uma pecha de madrasta, e o pai, porque foram os últimos que viram a menina. E aí o povo esquece que era uma família feliz. Vocês viram pela gravação no Sam;s Club (onde a família fez compras antes de voltar ao apartamento) e ver como era a família;, disse o avô de Isabella. Para ele, há várias irregularidades no inquérito policial que prejudicariam o casal. ;Um julgamento foi feito logo em seguida ao acidente. Já começou a haver um prejulgamento por parte da própria polícia, no sentido de que seriam só os dois. A partir daí, o direcionamento foi para eles e não se verificou mais nada.; Perguntado sobre quem teria cometido o crime, o advogado afirmou que não saberia dizer, mas que qualquer pessoa poderia ter entrado no prédio naquela noite.

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