Brasil

Funasa deixará de atender os índios

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postado em 17/10/2008 08:31
Está definido. A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) vai deixar de atender os índios, incubência do órgão desde 1999. A missão ficará a cargo de uma secretaria vinculada diretamente ao Ministério da Saúde. A informação foi confirmada ontem pelo presidente da fundação, Danilo Forte. ;Pelo menos do ponto de vista político, a decisão já está acertada;, disse. Com a medida, a Funasa vai perder aproximadamente 8% de seu orçamento, o que representa recursos da ordem de R$ 800 milhões ao ano, destinados ao pagamento de servidores, medicamentos, vacinas, entre outros procedimentos. Deixarão a estrutura do órgão pelo menos 14.560 pessoas: sendo quase 4 mil servidores concursados e outros funcionários de prefeituras e estados, além do pessoal de organizações não-governamentais. ;É preciso aproveitar o que tem de experiência positiva, porque seria um desrespeito aos servidores da fundação;, afirmou Forte, ao defender a transferência dos servidores para o novo órgão. Proposta há poucos meses, a criação da nova secretaria é defendida abertamente pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Em 12 de novembro passado, Temporão acusou integrantes da Funasa de corrupção e de oferecerem serviço de baixa qualidade. Apesar das declarações, Forte garantiu que seu relacionamento com Temporão é bom. ;Minha relação administrativa com ele não sofreu impacto nenhum.; Demanda O vice-presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Roberto Liebgott, comemorou a decisão, mas disse que o ministério vai precisar se reestruturar para atender a grande demanda. ;Os índios terão uma assistência mais direta e localizada, de acordo com a realidade de cada região e etnia. Também participarão do planejamento, controle e execução dos serviços em saúde.; Liebgott defendeu concurso público para contratar mais profissionais. ;A qualificação será essencial para atender a diversidade dos povos indígenas e as diferentes realidades do país.; Para minimizar o impacto negativo nas contas da Funasa, o governo estuda uma forma de recompensar a perda no orçamento. Segundo Fortes, existe a possibilidade de a fundação incorporar, a partir do próximo ano, um projeto de saneamento ambiental, como forma de prevenir desastres ecológicos que resultem em doenças. A Funasa ainda pode ser responsável por uma força nacional de saúde, que deve atuar nos 417 municípios do país que não dispõem de profissionais da área. Ouça podcast: com o presidente da Funasa, Danilo Forte

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