Brasil

Cai número de casos de escalpelamento no transporte fluvial de Macapá

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postado em 12/11/2008 19:55
A rotina de acidentes que provocam escalpelamento nos passageiros de embarcações começa a mudar nas águas de Macapá. É o que afirma Maria Trindade Gomes, uma das coordenadores da Secretaria de Políticas para as Mulheres do Amapá. O escalpelamento acontece quando cabelos, couro cabeludo e até partes do rosto são arrancados ao se enroscar no eixo descoberto dos motores de barcos que singram pelo Rio Amazonas, nas imediações da capital do Amapá. ;Graças a Deus reduziu muito, porque eram cinco, seis acidentes por mês;, comemora Maria Trindade, ela própria vítima desse tipo de desastre, que expõe a insegurança no transporte marítimo de passageiros no município. ;Hoje, vai fazer três meses que a gente não tem um acidente aqui dentro de Macapá.; Somente no estado do Amapá, já foram registrados 1,4 mil acidentes com vítimas. Apesar das campanhas de prevenção, até a metade deste ano, uma média de duas pessoas ; quase sempre meninas com cabelos compridos - eram escalpeladas a cada mês. Mesmo com a redução do número de acidentes em Macapá, Maria Trindade diz que ainda é cedo para falar em ;escalpelamento zero;. Isso porque, acrescenta, não é possível controlar tantas embarcações que navegam nas imediações da capital do Amapá. Maria Trindade destaca que as campanhas de prevenção estão dando resultados. ;Tivemos o mês de combate ao escalpelamento, em agosto, quando conseguimos abordar vários barcos com eixo descoberto, com crianças perto.; Além disso, segundo ela, a Marinha também tem ajudado nesse trabalho. ;A Marinha encontra uma lancha com 30, 40 crianças, pede para parar e a gente distribui toucas para que elas prenderem o cabelo.; De acordo com o capitão-de-mar-e-guerra Cléber dos Santos, da Capitania dos Portos do Amapá e do Pará, a Marinha também apreende as embarcações com o eixo descoberto. ;Apreendemos a embarcação até que o proprietário cubra o eixo. Na hora, a gente fornece o material para cobri-lo e só depois que o eixo estiver coberto é que ele pode prosseguir. A cobertura do eixo é muito simples, com madeira, prego e serrote se resolve isso. Um protetor feito em metal, para o eixo e as partes móveis do motor, está sendo fabricado no Rio de Janeiro para distribuição gratuita aos barqueiros. De acordo com a secretária extraordinária de Política para Mulheres, Ester de Paula Araújo, o custo do equipamento vai ser dividido entre os governos federal e do estado do Amapá, mas ainda não há previsão para a sua distribuição.

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