Brasil

MEC quer profissionalizar mil mulheres de baixa renda até 2011

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postado em 24/11/2008 17:36
Capacitar profissionalmente mil mulheres de baixa renda até 2011 é a meta de um projeto lançado nesta segunda-feira (24/11) em Brasília que está sendo desenvolvido pelo Ministério da Educação (MEC) brasileiro e o governo do Canadá. O projeto Mulheres Mil é voltado a populações femininas em situação de vulnerabilidade social e econômica. A profissionalização será feita por meio de cursos oferecidos pelos Centros Federais de Educação Profissional e Tecnológica (Cefets), elaborados de acordo com a demanda econômica de cada região. O projeto piloto começa com os Cefets dos estados do Norte e Nordeste. No Cefet do Rio Grande do Norte, a primeira turma de mulheres começa a estudar em março. O projeto desenvolvido lá é a Casa da Tilápia. A região é grande produtora desse peixe, mas o couro do animal não era aproveitado. O projeto quer capacitar as mulheres para trabalhar no curtume e, futuramente, na exportação de produtos feitos a partir do material. ;Elas vão poder trabalhar na customização, na confecção de bolsas e acessórios, visando a exportação desse material que está sendo muito bem aceito;, explica Ivanna Fornari, coordenadora do projeto. O Cefet do estado vai atender mulheres de cinco assentamentos rurais. Além do couro da tilápia, haverá programas de capacitação em artesanato e produção de polpa de frutas. Na Bahia, as alunas que participaram da elaboração do projeto optaram por uma capacitação na área de hotelaria em função da presença forte do turismo na cidade. Já em Recife (PE), as alunas receberão treinamento em culinária e pretendem abrir um restaurante comunitário ao final do curso. O governo do Canadá, além de investir US$ 2 bilhões no projeto, entra com o apoio instituicional e a experiência dos colleges, colégios comunitários daquele país que possuem um formato semelhante ao dos Cefets. ;Esse acordo representa uma boa oportunidade de colaboração na área de educação. Ele vai promover uma aproximação entre as escolas brasileiras e canadenses. Os dois países vão aprender a acompanhar essas mulheres que precisam de formação, educação e oportunidades de emprego;, explicou Paul Hunt, embaixador do Canadá no Brasil. O investimento financeiro do lado brasileiro é de R$ 3 bilhões até o fim do projeto. Para ingressar em um Cefet o aluno precisa ter o ensino fundamental completo, mas as alunas do projeto Mulheres Mil não necessariamente passaram pela educação formal. O diretor do Cefet do Rio Grande do Norte, Belchior Oliveira, conta que elas estão muita animadas para voltar a estudar. Em parceria com a prefeitura, o centro vai oferecer também a modalidade EJA (Educação de Jovens e Adultos) às alunas. ;Isso é muito importante porque abre as portas da instituição para pessoas que não estão inseridas na sociedade. O Cefet trabalha com cursos de nível técnico e superior, mas nesse momento abre as portas para a capacitação profissional em nível básico. É um papel muito importante porque a função social da instituição é cuidar da inclusão. É muito importante para o desenvolvimento do país, da região e de cada pessoa envolvida no projeto;, defende. A idéia do projeto piloto é criar nos Cefets uma estrutura de atendimento permanente a essas mulheres. Segundo o secretário de Educação Profissional e Tecnológica do MEC, Eliezer Pacheco, as regiões foram escolhidas por terem maior ;vulnerabilidade social;.

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