Brasil

Governo lança campanha de preservação da lagosta

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postado em 04/12/2008 16:46
O Brasil é o terceiro maior exportador de lagosta do mundo. Entretanto, entre 1991 e 2006, a produção nacional caiu de 11 mil toneladas para 7 mil toneladas. Para reverter essa situação, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (SEAP) lançaram nesta quinta-feira (4/12) uma campanha para o consumo consciente do crustáceo e um plano com medidas para evitar a pesca predatória. A campanha de consumo legal de pescados voltada à preservação da lagosta consiste na distribuição de materiais informativos, em português e inglês, a turistas brasileiros e estrangeiros, em todos os aeroportos do país. Como o período do defeso ocorre de 1º de dezembro a 31 de maio e coincide com as férias de verão, a idéia é alertar as pessoas que viajam para o Nordeste. O Brasil possui cinco espécies de lagostas. A lagosta vermelha e a cabo verde são as mais importantes e os principais alvos da pesca predatória. No folder há fotos das lagostas em tamanho real com uma régua mostrando o mínimo que cada lagosta deve medir para ser consumida. A vermelha não pode ter menos de 20,5 centímetros, sendo 13 centímetros de cauda, e a cabo verde tem que ter 17,5, centímetros, sendo 11 centímetros de cauda. As outras espécies nacionais são: lagostinha, lagosta-sapata e a sapateira que são capturadas em menor escala e por isso não correm risco de extinção. A lagosta coloca cerca de 200 mil ovos, mas apenas 1% desses se desenvolvem. Quando atinge o tamanho adulto, ela já se reproduziu pelo menos uma vez. ;A parceria com o consumidor e com os pescadores e as medidas constantes no plano vão garantir o desenvolvimento sustentável dessa cadeia produtiva, responsável pela manutenção de 150 mil empregos e que gera cerca de US$ 80 milhões por ano;, destaca o ministro da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, Altemir Gregolin. No material consta ainda o número da Linha Verde do Ibama (0800618080) para que qualquer pessoa possa denunciar a venda da lagosta em tamanho irregular. ;Consuma lagostas nos tamanhos legalmente permitidos;, orienta o texto. ;A idéia é que o consumidor ajude a fiscalizar. Queremos evitar a pesca predatória, conscientizar o consumidor e aumentar a produção da lagosta no país. A fiscalização também será intensificada pelo Ibama, antes havia seis barcos e agora teremos mais oito, mas só a repressão não funciona;, afirmou o ministro do Meio Ambiente Carlos Minc. O Plano de Gestão para o Uso Sustentável de Lagostas no Brasil, também lançado hoje, prevê um conjunto de medidas como o recadastramento das embarcações, capacitação dos pescadores e ações de fiscalização. A rede foi proibida e atualmente só é permitido o uso de covos (espécie de gaiola que coleta apenas as lagostas maiores). O período de defeso foi aumentado de quatro para seis meses, permitindo um tempo maior para a reprodução das espécies. Gregolin disse que apenas 10% da produção de lagosta é consumida no país e o resto é exportada. ;A lagosta capturada no tamanho correto e que chega viva à indústria, tem um valor 30% maior. Hoje 90% da produção nacional é comprada pelos Estados Unidos. Queremos diversificar, mas, para conquistarmos outros mercados, precisamos melhorar a qualidade do nosso produto;, ressalta o ministro.

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