Brasil

Chuva pára São Paulo

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postado em 23/12/2008 08:17
Foram apenas duas horas, mas que valeram por quase duas semanas. A maior chuva que atingiu São Paulo neste ano causou 45 pontos de alagamento na cidade ; 37 deles intransitáveis. Entre 14 e 16 horas, choveram 64,8mm, de acordo com a empresa de meteorologia Climatempo, o que representa praticamente um terço do total previsto para o mês de dezembro, segundo o meteorologista Marcelo Pinheiro. Até as 19 horas, os pluviômetros marcavam 67,4mm. O maior índice até então, registrado em 15 de janeiro, foi de 65,8 mm. As conseqüências foram desastrosas. A cidade toda ficou em estado de atenção até as 18h55. Às 17h20, quando havia 20 pontos de alagamento, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrava 167 km de congestionamento ; o índice aumentou para 174 km às 18h55. Trechos das Avenidas Ibirapuera, Santo Amaro, 23 de Maio e Interlagos ficaram completamente intransitáveis, além das Marginais do Tietê e do Pinheiros. O Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul, fechou às 15h30, com 31 vôos atrasados e 9 cancelados, piorando ainda mais a situação nos terminais de todo o país (leia mais nas páginas 12 e 13). Enquanto isso, o Aeroporto Campo de Marte, na Zona Norte, ficou alagado. Trechos de Pinheiros, Butantã, Lapa, Santo Amaro, Ibirapuera, Itaim-Bibi, Ipiranga, Vila Guilherme, Santana e Vila Maria tiveram fornecimento de energia elétrica interrompido. Os shoppings Ibirapuera e Metrô Santa Cruz também ficaram no escuro por cerca de meia hora. Entre 14h e 15h30, o Corpo de Bombeiros recebeu cinco chamados de pessoas ilhadas em carros parados em meio à água, a maioria na Zona Norte. Os soldados também precisaram resgatar crianças e idosos presos nas próprias casas nos bairros do Jaçanã e do Carandiru. Pelo menos 15 árvores caíram. Por precaução, o Metrô reduziu a velocidade de seus trens ; os da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) funcionaram normalmente. Monitoramento A administração municipal informou ter mapeado os pontos de alagamento e disse que vai ampliar o monitoramento e iniciar medidas preventivas nessas áreas. Segundo o prefeito Gilberto Kassab, ;não será tomada nenhuma ação extraordinária para combater os alagamentos e suas conseqüências;. ;Mas São Paulo pode esperar uma presença firme da Prefeitura para evitar transtornos;, completou. Kassab ainda fez um apelo para que as pessoas não joguem lixo em qualquer lugar e não deixem entulho na rua antes do horário da coleta, porque os restos acabam levados pela enxurrada e entopem as bocas-de-lobo. A Defesa Civil da cidade disse ter um plano para retirar moradores em áreas de alto risco de desabamento quando chover 60mm por três dias consecutivos numa mesma região da cidade. O mapa de áreas sujeitas a enchentes ou desabamentos, no entanto, é de cinco anos atrás. Pelo levantamento, feito pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), cerca de 5.500 famílias moram em 562 pontos de risco em encostas e margens de córregos. Desse total, 315 pontos são considerados de risco alto ou muito alto.

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