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Laudos apontam mais esquartejamentos do que os admitidos em casa de custódia no ES

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postado em 20/05/2009 15:12
Laudos do Departamento de Criminalística da Polícia Civil sob posse do Conselho Estadual de Direitos Humanos confirmam pelo menos três esquartejamentos na Casa de Custódia de Viana, entre 2007 e 2008. O secretário de Justiça do Espírito Santo, Ângelo Roncalli reconheceu a ocorrência de dois esquartejamentos na penitenciária, um em 2008 e o outro em 2009. O conselho ainda tenta obter laudos para comprovar seis denúncias de esquartejamento documentadas em fotos entregues por funcionários do presídio que não quiseram se identificar. O documento da Polícia Civil aponta que em 20 de março de 2008 dois corpos foram encontrados na casa de detenção. Os cadáveres eram do sexo masculino e negros. Um foi encontrado nu e o outro com uma lesão no crânio dentro da qual estavam seis bilhetes de reivindicações feitas por detentos. Os exames no local constataram, segundo o laudo, que os corpos ;apresentavam lesões contusas e perfurantes com esquartejamento;. Os peritos Romário Leandro Moreira e Aílton José de Oliveira, que assinam o documento, ressaltam ainda que o homicídio ocorreu ;com requinte de crueldade e barbárie;. No dia 1º de outubro de 2007, peritos foram chamados à Casa de Custódia e encontraram um cadáver dentro de um tambor de lixo. Era um homem moreno claro, de estatura média. Trecho do laudo enfatiza que ;os peritos verificaram que a cabeça e os membros superiores encontravam-se seccionados do tronco;. Ao lado dos pedaços do corpo estava uma marmita com folhas contendo mensagens destinadas à direção do presídio. Assinam o laudo os peritos Antonio Cândido Trancoso e Humberto de Oliveira Souza. Uma das mortes reconhecidas pelo governo do Espírito Santo ocorreu em 12 março deste ano. Um homem de 23 anos foi encontrado no Pavilhão 2 da casa de custódia com o corpo esquartejado e parcialmente carbonizado. ;Ainda que fosse um, para nós já seria o bastante para denunciar o descaso e a falta de controle do governo do estado com a situação do sistema prisional do Espírito Santo;, afirmou o presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos, Bruno Alves de Souza.

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