Brasil

Prioridade aos postos de saúde

Para reduzir lotação nos hospitais, governo destaca centros de saúde para receber pacientes com menor gravidade

postado em 21/08/2009 08:24
A Secretaria de Saúde detalhou ontem (20/8) um novo plano para tentar reduzir a superlotação nos hospitais da rede pública devido à gripe A (H1N1), conhecida como gripe suína. A ideia é destacar centros de saúde em regiões estratégicas para encaminhar casos menos graves de pacientes com sintomas de gripe. O governo pretende reforçar o quadro de pessoal nessas unidades para evitar sobrecarga, já que, em paralelo, elas vão manter o atendimento rotineiro. A meta é colocar as ações em prática a partir de segunda-feira (24/8) pelo menos no Hospital Regional da Asa Norte (Hran) e nos hospitais regionais de Ceilândia e de Samambaia. A expectativa é que ainda hoje a secretaria decida quais postos nessas cidades serão utilizados como referências. O órgão diz que posteriormente vai fazer o mesmo no restante do DF, conforme a necessidade. O secretário-adjunto de Saúde, Florêncio Cavalcante, explicou que profissionais da rede pública - principalmente técnicos de enfermagem - serão colocados nas emergências dos hospitais para triagem. Esses funcionários farão uma análise preliminar e, se houver possibilidade de agravamento do estado de saúde dos pacientes, vão encaminhá-los à internação com prioridade sobre quem estiver na fila por outras enfermidades. Em caso contrário, o paciente será orientado a ir para o centro de saúde em um veículo disponibilizado pela secretaria. "Hoje, as pessoas procuram primeiro o hospital antes de ir ao posto. Vamos inverter o fluxo e explicar ao paciente que se ele ficar no hospital vai esperar até dez horas na fila", afirma Cavalcante. Desde o início da pandemia, a demanda no Hran aumentou cerca de 40%. O governo estima, com a nova estratégia, ter em média 120 pacientes a menos todos os dias na emergência do hospital. Em alguns centros de saúde, a demanda ainda está dentro do esperado, como afirma a enfermeira Maria Corjesu, do Centro de Saúde da 906 Norte. "Atendemos em média 50 pacientes com gripe por dia". A cozinheira Graciana Gonçalves, 37 anos, foi ontem ao local e esperou uma hora para ser atendida. "No Hran ia ficar o dia inteiro." Em outros postos, contudo, o atendimento já está no limite. "Estamos quase na exaustão", afirma o médico Ildo Bastianello, gerente do Centro de Saúde Nº 2 do Núcleo Bandeirante, que também recebe pacientes de Taguatinga, Samambaia, Riacho Fundo e Recanto das Emas - e deve entrar na lista de postos estratégicos. Para que esses centros suportem a demanda, o governo vai dobrar a carga horária dos profissionais e promete lançar edital na semana que vem para contratar 100 médicos em caráter emergencial, entre clínicos, pediatras e especialistas em UTI. Confira entrevista com o secretário-adjunto da Secretaria de Saúde, Florêncio Cavalcanti Volta ao Caje O Centro de Atendimento Juvenil Especializado (Caje) informou ontem que o rapaz de 18 anos que estava isolado por suspeita de gripe suína não contraiu a doença. Ele foi internado no Hran na segunda-feira, deixou o hospital no dia seguinte e estava sendo tratado na enfermaria do Caje. Recuperado, retornou ontem para sua ala, onde outros 20 jovens estão sendo monitorados com sinais de gripe. Por precaução, o grupo tem feito as oficinas e as atividades esportivas em horários separados. "Aparentemente, eles estão apenas resfriados. Como o quadro não piorou, a equipe médica deve liberar o contato com os demais internos amanhã (hoje)", afirma o subsecretário de Justiça da Secretaria de Justiça e Cidadania, João Marcelo Feitoza. Nas escolas da rede pública, chegou ontem a 22 o número de turmas que tiveram as aulas suspensas devido a suspeitas da nova gripe. Até o fechamento desta edição foram confirmadas 406 mortes pela doença em todo o país, de acordo com dados das secretarias estaduais. O estado com mais óbitos é São Paulo (134), seguido por Paraná (119) e Rio Grande do Sul (84).

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