Brasil

Cratera ameaça casas em Mariana-MG

postado em 02/10/2009 09:38
A Prefeitura de Mariana, na Região Central de Minas Gerais, decretou, na quinta-feira (1/10), situação de emergência em área do Bairro Vila do Carmo, onde uma cratera com 11m de profundidade e 30m de largura ameaça engolir casas e calçadas na Rua Hélvio Moreira Morais. O decreto, assinado pelo prefeito Roque Camêllo (PSDB), foi publicado no Diário Oficial do estado e tem validade de 90 dias. Com a homologação do decreto, a administração espera apressar a liberação de recursos junto ao governo estadual para as obras no local. "A preocupação é com a proximidade do período chuvoso, que pode agravar ainda mais o problema. O buraco vem crescendo assustadoramente", informou o assessor de gabinete Douglas Couto. O problema se arrasta há nove meses. A cratera, a 500 metros do Centro Histórico de Mariana, está chamando mais a atenção de quem visita a cidade do que os próprios casarões e construções antigos que encantam pela beleza, imponência e importância histórica. A erosão provocou rachaduras em algumas residências. Seis famílias já abandonaram suas casas com medo de desabamentos. Perto do local, um prédio de três andares também teve de ser esvaziado porque a estrutura está comprometida. De tanto esperar uma solução, os moradores do Bairro Vila do Carmo encaminharam ao Ministério Público Estadual relatório de um geólogo apontando os riscos de desabamentos. "A gente teme que as chuvas possam comprometer todo o patrimônio histórico da cidade", alertou o comerciante Eugênio Magela Quintão, de 45 anos, um dos primeiros a ser afetado pela cratera. O buraco surgiu em janeiro, durante uma tempestade. A tubulação subterrânea, construída há mais de 20 anos, para dar vazão ao Ribeirão Itacolomi, não suportou o volume de água e cedeu. O vazamento fez surgir um buraco, que na época tinha cerca de três metros e foi alargando progressivamente. "Hoje há casas penduradas na beira de uma abismo e podem desabar a qualquer momento, colocando vidas em risco. A situação é bastante crítica", comentou Quintão. Prejuízos Devido à dificuldade de acesso, a dona de um hotel perto da cratera, Neci Moura Barbado, 49, reclama da queda no movimento que chega a 60% nos fins de semana. Para tentar atrair o turista, ela conta que tem apelado para promoções. "Estou fazendo de tudo para não ter de fechar as portas. O cliente reclama que não dá para chegar no hotel porque a rua está desmoronando", reclamou Neci. O funcionário público Alexsandro de Souza Reis, 28 anos, disse que os moradores fizeram um pedido de providências à prefeitura tão logo o buraco surgiu. Três meses depois, as obras começaram e ainda estão em execução sem prazo para ser concluída. De acordo com o secretário municipal de Obras, Targino Guido, o problema começou porque a estrutura da tubulação, por onde passa o Ribeirão Itacolomi, deteriorou com o tempo e alertou que o material usado para fazer a canalização também não era o adequado. "Nesse córrego também é despejado esgoto. A estrutura não aguentou e apodreceu. Estamos fazendo um trabalho de formiguinha para identificar onde tem infiltração", explicou. Uma equipe de engenheiros e geólogos da Fundação Gorceix, ligada à Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), foi contratada pelo município para monitorar as obras emergenciais e fazer uma proposta de solução definitiva para o problema. Até agora mais de 180 metros da tubulação antiga já foram substituídos por canal de concreto armado.

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