Brasil

Sem cobrar, Grito da Terra fica nos confetes

postado em 13/05/2010 08:31
# Vinicius Sassine

O último ato do 16; Grito da Terra, organizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), foi um pedido explícito de votos para Dilma Rousseff (PT), candidata do presidente Lula na corrida presidencial. Milhares de trabalhadores rurais ligados à Contag e às federações estaduais que representam os agricultores participaram ontem do Grito da Terra, na Esplanada dos Ministérios e em frente ao Congresso Nacional. O manifesto, criado como forma de protesto e reivindicação aos governos, serviu nesta edição para afagar o presidente Lula e como palanque para os defensores da candidatura de Dilma.

;Vamos votar em Dilma Rousseff, para que o projeto do presidente Lula tenha continuidade;, foi a última frase do presidente da Contag, Alberto Broch, de cima do carro de som que comandou o Grito da Terra. ;Este é um ano de eleições, e precisamos renovar o Congresso Nacional, votando em quem defende nossas causas;, disse Alberto à tarde, para um grupo de cerca de mil participantes. Pela manhã, o Grito da Terra reuniu 5 mil pessoas, segundo a PM.

Convidado de honra do evento, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, aproveitou a presença no carro de som para divulgar as ações do governo na área de agricultura familiar. Não foi cobrado hora nenhuma, e teve oportunidade de sobra para divulgar números da gestão de Lula. ;São R$ 16 bilhões anunciados pelo governo Lula para programas de agricultura familiar.; O presidente da Contag reforçou as palavras do ministro e elogiou o governo. ;Esse é o Grito da Terra que mais avançou na história da Contag.; Mesmo classificando o governo como ;sensível; às causas dos agricultores e adepto de ;negociações com os trabalhadores;, Alberto sustenta que o Grito da Terra tem independência em relação ao governo.

O presidente da Contag reuniu-se às 11h30 com o presidente Lula, com o ministro Guilherme Cassel e com o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Luis Dulci. Na audiência, Alberto recebeu a resposta do governo à pauta de 260 reivindicações apresentadas em março.

Duas pautas de reivindicações foram elaboradas pelos organizadores do Grito da Terra, uma para o Executivo e outra para o Legislativo. Entre os pedidos à Presidência da República estão a ampliação do orçamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em R$ 500 milhões, aumento do crédito agrícola e mais dinheiro para o Plano Safra da Agricultura Familiar.

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