Brasil

Protesto na Funai pede novo presidente

postado em 27/05/2010 08:15
Um grupo de cerca de 200 indígenas voltou a fazer ontem, em Brasília, mais um protesto contra a reestruturação da Fundação Nacional do Índio (Funai) ; definida em decreto de 28 de dezembro do ano passado editado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva sem dialogar com os movimentos. Entre as consequências da medida que desagradaram aos índios está o fechamento das administrações e de postos indígenas pelo país. No lugar de tais estruturas, seriam criados comitês e coordenações. Mas até o momento nada foi feito. Depois de impedirem que funcionários entrassem na sede da Funai, por volta das 11h, os manifestantes se mantiveram na entrada do prédio a tarde inteira, sem conseguirem uma audiência com a diretoria da fundação.

À tarde, eles chegaram a destituir simbolicamente o atual presidente do órgão, Márcio Meira, e a nomear Arão da Providência Araújo Filho, membro da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro (OAB-RJ) e representante da etnia Guajajara, do Maranhão. ;Desde que esse decreto passou a vigorar, estamos sem ordem na Funai. Criou-se um vácuo na administração das questões indígenas;, destaca Arão. Alguns grupos, entretanto, divulgaram nota dizendo não reconhecer Arão presidente.

A Funai afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que desde janeiro se dispôs a conversar com o grupo, mas eles teriam reivindicado uma audiência com Lula, e que ontem não havia como fazer a reunião. Até o fechamento da edição, os índios permaneciam em frente ao prédio.

Para Saulo Feitosa, secretário adjunto do Conselho Indigenista Missionário, falta diálogo. ;O decreto veio para modernizar o órgão, mas, da forma que foi feito desperta desconfiança. Entendo que o governo precisa explicar aos índios como ficará a gestão da política indígena, e não agir de forma autoritária;, comenta Feitosa.

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