Brasil

Universidades precisam olhar mais para a educação básica, defendem especialistas

postado em 28/05/2010 18:32
Brasília - As instituições de ensino superior do país precisam começar a lidar mais com a ;pré-universidade;, defendeu o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Carlos Alberto Aragão. O futuro das universidades e da pós-graduação brasileiras foi debatido nesta sexta-feira (28/5) durante a Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação.

Na avaliação dele, ;os problemas da universidade começam no ensino fundamental;, que não consegue ensinar bem às crianças as duas linguagens mais importantes para o desenvolvimento científico: matemática e português. ;Nós precisamos de professores bem formados, qualificados e cujos salários sejam dignos. A universidade tem o papel de contribuir para formar bons professores;, defendeu.

Aragão também criticou o fato de o estudante precisar escolher precocemente, ao final do ensino médio, a carreira que pretende seguir. Ele propôs que os cursos de graduação ofereçam, nos dois primeiros anos, uma formação mais básica para que após esse período o estudante possa escolher que área pretende seguir. ;Assim ele fará uma escolha madura que terá depois de dois anos na universidade;, disse.

Os participantes do debate criticaram a ;compartimentalização; das instituições em departamentos fechados que não interagem na produção de conhecimento. ;É uma coisa altamente prejudicial que vai na contramão da história. A tendência moderna é a multidisciplinaridade e a organização em torno de temas. É pensar muito mais o problema em vez do rótulo;, afirmou Aragão.

O professor Luiz Bevilacqua, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), defendeu que a universidade precisa de mais ;coragem, criatividade e ousadia; para romper com os modelos antigos, sem necessidade de copiar ;o resto do mundo;.

;A academia tem que ser muito mais integrada. Não pode haver a separação de aluno de graduação, aluno do doutorado, professores, técnicos administrativos. As coisas têm que funcionar mais em conjunto;, disse.

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