Brasil

Reconstituição da morte do menino Juan é realizada

postado em 09/07/2011 08:00
O local onde o menino sumiu foi isolado durante todo o diaCerca de 12 pessoas participaram ontem, no Rio de Janeiro, da reconstituição da noite do último dia 20 de junho, quando o menino Juan de Moraes, 11 anos, desapareceu durante uma operação da Polícia Militar. A ação da polícia, realizada na Favela Danon, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, teve uma suposta troca de tiros com traficantes de drogas, confronto que, na realidade, terminou ainda com outros dois jovens feridos: o irmão de Juan, Wesley de Moraes, 14 anos, e Wanderson de Assis, 19.

Ao longo do dia, a polícia armou um forte esquema de segurança para que fossem refeitos os passos da operação. Os peritos chegaram à favela por volta das 11h e fizeram a marcação dos locais onde estavam vítimas e testemunhas na noite do crime. O acesso ao beco em que Juan foi visto pela última vez ficou isolado por toda a tarde. Apenas moradores podiam passar pelo bloqueio feito pela polícia.

De acordo com informações da polícia, esperava-se que o irmão de Juan, que foi incluído com a mãe no Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte, ajudasse a fazer a reconstituição. No entanto, ele não compareceu ao local com receio de encontrar com os policiais acusados. O jovem Wanderson de Assis participou dos trabalhos, que se estenderam até a noite, indicando pontos na área onde Juan foi atingido no pescoço, segundo testemunhas. Estiveram presentes também duas promotoras que acompanham as investigações.

Os quatro policiais militares suspeitos de envolvimento na morte de Juan chegaram ao local pouco depois das 20h. O advogado deles, Edson Ferreira, afirmou que eles participariam com a condição de que fosse no mesmo horário em que ocorreu a operação.

Em entrevista ao Jornal Nacional de ontem, uma testemunha disse que viu o garoto ser morto por policiais militares. Eles teriam escondido o corpo de Juan sob um sofá e voltado 30 minutos depois para buscá-lo.

Lembrança
Enquanto a polícia não elucida o assassinato de Juan, a organização não governamental Rio de Paz fez ontem, na Praia de Copacabana, uma homenagem ao garoto. Foi estendida na areia uma faixa com a frase ;Adeus, Juan. Perdão;, além de uma cruz e flores. Na última quinta-feira, um cartaz com foto do menino foi exposto no Cristo Redentor.

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