Brasil

Empresas reconhecem sustentabilidade como planejamento estratégico

postado em 12/06/2012 17:59
São Paulo ; Um estudo feito entre 250 empresas brasileiras, de todos os tamanhos, revelou que 69% delas reconhecem que a inserção da sustentabilidade no planejamento estratégico é uma necessidade. Outras 65% disseram que inovação e reposicionamento no mercado estão entre os principais objetivos quando incluída a sustentabilidade. Os dados estão na pesquisa Estratégias Empresariais para a Sustentabilidade no Brasil, divulgada nesta terça-feira (12/6) durante a Conferência Internacional Ethos, na capital paulista.

Segundo a pesquisa, 15% das empresas fazem avaliação dos impactos que as ações têm sobre os custos e 20% medem esses impactos na competitividade. Outras 68% desenvolvem algum tipo de relacionamento com os grupos de interesse de seu setor. Desses, 23% desenvolvem esse processo de maneira contínua, seja fazendo parcerias, discutindo novos produtos ou focando um processo mais efetivo de engajamento.

Quando avaliada a governança, a pesquisa indicou que 14% das empresas pesquisadas promoveram inovação nessa área depois de implantados programas de sustentabilidade. Em 36% das empresas, foram criados sistemas integrados de gestão para coordenar as ações de sustentabilidade em todas as áreas. Entre as entrevistadas, 60% criaram comitês para alinhar as áreas de negócios com as de sustentabilidade.

[SAIBAMAIS]De acordo com um dos responsáveis pela pesquisa, Reginaldo Sales, com os dados, a UniEthos, braço do Instituto Ethos que presta consultoria para as empresas, quer entender qual a situação atual dessas companhias e os principais avanços e desafios na área de sustentabilidade. ;O avanço foi significativo, sobretudo, no que se refere à estratégia, ou seja, ações de sustentabilidade conectadas aos negócios. Independentemente do tamanho das empresas. No Brasil, as empresas seguem a tendência das internacionais;.


Sales observou que a principal orientação das empresas que adotam programas de sustentabilidade é o reposicionamento no mercado com novos produtos e negócios, ao mesmo tempo em que procuram entender quais são os interesses da sociedade, porque querem atender à demanda dos consumidores.

;Essa é uma estratégia de diferenciação para reduzir custo e criar processos mais eficientes. A empresa coloca produtos com uma característica diferenciada no mercado. Há um grande número de empresas indo nessa tendência e isso é importante porque, se há um grande número de empresas agindo assim, isso ajuda na competitividade do país;.

Sales disse ainda que, apesar de aqueles que avaliam seus resultados ainda serem poucos, esse é um dado relevante devido às dificuldades para fazer esse tipo de avaliação. ;Muitas querem fazer e não podem, porque ainda não há uma padronização ou uma metodologia. Mas essa é uma tendência importante para o futuro e gestão das empresas;.

Apesar de ressaltar os avanços, Sales enfatizou que, entre os pontos que precisam ser melhorados, está o relacionamento com os grupos de interesses para que eles façam parte, de fato, do processo de inovação. Outras questões abordadas por ele são a visão e os mecanismos voltados para o curto prazo dessas empresas. ;As empresas estão focadas em obter metas a curto prazo e é preciso combinar com o longo prazo também;, observou. Ele citou ainda a necessidade de uma metodologia padronizada para avaliar os resultados e seus impactos.

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