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Crea-RJ promove cursos para prevenir acidentes em parques de diversão

postado em 12/08/2012 16:54
Rio de Janeiro ; Este ano foram registrados dois acidentes e uma morte em parques de diversão no estado do Rio de Janeiro. Apesar de responsável apenas pela verificação do profissional capacitado para fazer o laudo e liberar os brinquedos para o público, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ) também pode fazer vistorias se houver pedido ou em caso de dúvida sobre a atuação do profissional. Desde janeiro, oito estabelecimentos foram fiscalizados pelo Crea-RJ.

;Assim como o Conselho Regional de Medicina quer saber se o profissional que está fazendo a cirurgia é um médico, que em caso de falha responderá ao conselho por imperícia, o Crea não pode avaliar se o profissional é bom ou ruim. A gente quer que o parque tenha um profissional que vistorie e libere os brinquedos;, explica o engenheiro eletricista e de segurança do trabalho Luiz Cosenza, coordenador da Câmara Especializada de Engenharia Elétrica (CEEE) e da Comissão de Análise e Prevenção de Acidentes (Capa) do Crea-RJ

Em caso de acidente, o engenheiro que liberou o parque pode perder o registro e ser suspenso por ter assinado um laudo favorável para brinquedos que não estavam em condições de uso.

[SAIBAMAIS];Tem casos como o do Parque Glória Center (onde um acidente em agosto do ano passado deixou dois mortos, quando um carrinho se desprendeu e atingiu pessoas em solo), que o profissional dava o laudo sem nem ir ao local. Tem que ver se a madeira está boa, se a fibra não está rachada. Ele (o profissional) disse que ia lá e pedia para ligar o brinquedo. Se funcionava, era liberado. Não é isso que tem que fazer.;

Depois dos acidentes, o Crea-RJ percebeu que os proprietários de parques de diversão contratavam um engenheiro para fazer o laudo, mas não sabiam exatamento o que cobrar do profissional. ;Então nós organizamos um curso com os profissionais, a Defesa Civil, os donos de parques, os secretários municipais e o Corpo de Bombeiros para mostrar como fazer um laudo e para explicar o que os responsáveis pela liberação do funcionamento tinham que ver neste laudo.; Foram dois cursos, em março e abril desde ano, com a participação de 120 pessoas em cada turma.

Cosenza comentou ainda que é muito difícil fiscalizar os parques itinerantes, que funcionam apenas no fim de semana. De acordo com ele, nesses casos é fundamental a presença de um engenheiro para acompanhar a montagem e também a desmontagem dos brinquedos. O ideal seria que os parques fossem obrigados a colocar uma placa com o laudo técnico da vistoria, informando quais brinquedos estão liberados.

Apesar de alguns acidentes registrados, Cosenza destacou que existem parques muito bons e que os pais não precisam ficar com medo de levar os filhos para se divertir. E, caso exista a suspeita de que algum brinquedo não apresenta segurança, a fiscalização do Crea-RJ pode ser acionada pelo telefone (21) 2179-2000.

A auxiliar de enfermagem Jacira Carvalhal Rabelo levava as filhas em um parque de diversões na Lagoa da Penha, na zona norte, e agora leva os netos. Ela diz que sempre observa as condições dos brinquedos.

;A gente repara para ver se está tudo bem. A gente fica com medo, ainda mais depois daquela tragédia no Hopi Hari (parque de diversão paulista, onde um acidente em fevereiro matou uma adolescente de 14 anos).; Jacira não sabia que qualquer pessoa pode acionar a fiscalização do Crea-RJ. Agora, diz que vai ligar se achar algum problema.

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