Brasil

Ministério da Educação volta a debater as obras de Monteiro Lobato

postado em 25/09/2012 07:12
Na primeira reunião de conciliação, no gabinete do ministro Luiz Fux, não houve acordo com o movimento negro para liberar Caçadas de Pedrinho

Diante da falta de acordo na primeira audiência de conciliação, ocorrida no início do mês, no Supremo Tribunal Federal (STF), o imbroglio envolvendo a presença das obras de Monteiro Lobato nas escolas voltará a ser discutida, desta vez no Ministério da Educação (MEC), em reunião marcada para hoje. Na pauta, está o livro Caçadas de Pedrinho. Publicadas em 1933, as aventuras do personagem atrás de uma onça que ameaçava o Sítio do Pica-Pau Amarelo foram acusadas de ter conteúdo racista, em mandado de segurança proposto pelo Instituto de Advocacia Racial (Iara) e pelo técnico em gestão educacional Antônio Gomes da Costa Neto. Ambos apontaram desrespeito aos negros em trechos que se referem à personagem Tia Anastácia. E pediram a anulação de um parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE) que liberou a adoção de livros de Monteiro Lobato nas escolas públicas.



Na primeira reunião, ocorrida no gabinete do ministro Luiz Fux, o Iara cedeu em alguns pontos. Desistiu de pedir a proibição de Lobato, mas exigiu que os livros incluam uma nota explicativa e que o MEC capacite os professores sobre o assunto. A pasta, por sua vez, sustentou que já solicitou à editora a inserção de texto que contextualize a obra nos novos exemplares, além de assegurar que mantém programas de qualificação dos docentes. Mas a entidade considera as providências insuficientes, argumentando, por exemplo, que é baixo o número de professores já treinados nas universidades sobre relações étnicas e raciais: 68 mil em um universo de 2 milhões de educadores. Caso a reunião de hoje não alcance o consenso, o tema voltará ao Supremo Tribunal Federal, para a apreciação do plenário.

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