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Marcelo Freixo nega conhecer suspeito de de soltar rojão em cinegrafista

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) informou que vai pedir à Polícia Civil para investigar a denúncia

postado em 10/02/2014 20:32
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Marcelo Freixo (PSOL), negou nesta segunda-feira (10/2) conhecer o homem suspeito de soltar o rojão que atingiu o cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade. Ferido quinta-feira (6/2) durante manifestação no centro do Rio, Santiago teve morte cerebral declarada na manhã desta segunda-feira. De acordo com Freixo, não tem fundamento a informação veiculada nessa quinta-feira (9/2) pela TV Globo, segundo a qual a ativista Elisa Quadros, conhecida como Sininho, disse que o homem que acendeu o artefato é ligado a ele.

Marcelo Freixo informou que vai pedir à Polícia Civil para investigar a denúncia. O deputado disse que, mais do que qualquer pessoa, espera o esclarecimento dos fatos, bem como a identificação das pessoas que fizeram a acusação, para que respondam por isso. Ele destacou ainda que, com a comprovação de que não tem relação com os responsáveis pela morte de Santiago, espera ter o mesmo tempo nos meios de comunicação para esclarecimento de tudo.


Em entrevista coletiva, o deputado defendeu o diálogo para acabar com a ;escalada de violência dos dois lados;, que tomou conta das manifestações que tiveram início, de forma pacífica, em junho do ano passado. ;Repudiamos qualquer ação violenta e lamentamos profundamente a morte do Santiago, que era uma pessoa conhecida e querida, e essa escalada de violência de todos os lados, que precisa cessar, para que tenhamos possibilidade de manifestações ; que são importantes ;, mas que sejam legítimas e transformadoras da realidade;.

Freixo classificou de "lamentável e exdrúxula" a informação divulgada na reportagem de TV. "Não há qualquer relação [dele com o homem que acendeu o rojão]. Isso foi um termo circunstanciado assinado pelo estagiário de um advogado, que pede para fazer esse documento e entrega na mão de uma repórter de uma TV. E isso vira uma denúncia, sem qualquer investigação, sem qualquer cuidado para saber se a informação procede ou não;, disse o deputado.

Freixo explicou que ontem o estagiário Marcelo Mattoso assinou um termo de declaração na 17; Delegacia de Polícia (DP), em São Cristóvão, dizendo que recebeu telefonema de Elisa na qual a ativista mencionou a possível ligação entre ele e o homem que acendeu o rojão. Mattoso trabalha com o advogado Jonas Tadeu Nunes, defensor do tatuador Fábio Raposo, que admitiu ter passado o artefato ao homem que o ativou. O deputado ressaltou que a própria Elisa Quadros negou ter feito afirmações neste sentido e disse que não há nenhuma comprovação disso. "Acusa-se [o deputado] de uma relação com alguém que ninguém sabe sequer quem é [homem que acendeu o rojão]. Então, é de uma fragilidade absurda e de uma enorme leviandade o que se faz;, reclamou Freixo.

O deputado também negou ter relações políticas com Elisa, mas admitiu que ela o procurou para falar sobre denúncias de violação de direitos humanos na prisão de Raposo. ;As pouquíssimas vezes que ela me procurou foi por violações de direitos humanos. Evidentemente, atendo a ela como atendo a qualquer pessoa, porque é a minha função pública como presidente da Comissão de Direitos Humanos, mas não há qualquer vínculo [meu com ela].;

[SAIBAMAIS]O advogado Jonas Tadeu Nunes confirmou que estava na delegacia quando recebeu um telefonema de Elisa Quadros, no qual a ativista ofereceu assistência jurídica para Raposo, falando em nome do parlamentar. ;Não tenho nenhum problema com o Marcelo [Freixo]. O que sustento é que recebi uma ligação de uma moça que não conheço ; até então, nunca tinha ouvido falar no nome. (...) Na delegacia, perante a autoridade policial, fui interrompido com o oferecimento de assistência jurídica, por meio de advogados que seriam disponibilizados a pedido e a mando do deputado Marcelo Freixo. Ou seja, a Sininho estaria ligando a mando do deputado;, relatou o advogado.

Nunes acrescentou que, nessa conversa, Elisa informou que iria para a porta da delegacia com alguns ativistas, ;a mando de Marcelo Freixo, porque eles [Raposo e o homem que acendeu o rojão] eram conhecidos e interessava dar esse apoio;.

A reportagem da Agência Brasil tentou contato com a ativista, mas não obteve retorno. Em sua página em uma rede social, Elisa Quadros postou a foto da intimação que recebeu para prestar esclarecimentos nesta terça-feira (11/2) na 17; DP, como testemunha. Ela explica que conversou com a família de Raposo e com Jonas Nunes para saber como o tatuador estava e se precisavam de alguma coisa, como a ajuda de advogados ativistas. Sininho também diz que falou com Freixo e com o advogado sobre a integridade física do acusado.

No post, Elisa acrescenta ter sabido depois que o advogado disse que ela conhecia "o segundo menino do rojão, que era conhecido do Marcelo Freixo". Ela contou que foi chamada à sala do delegado, que, o tempo todo, queria que ela falasse de Black Bloc. "Mais uma vez me colocando como líder, foi a ponto de um deles [policiais] perguntar por que a gente invadia manifestação dos outros, como dos professores;.

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