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Moradores de Ipanema estão apreensivos com abertura de crateras

Dois buracos que surgiram na Rua Barão da Torre, nas obras para construção de linha do metrô

postado em 11/05/2014 19:44
Moradores de Ipanema, zona sul do Rio de Janeiro, estão apreensivos com a abertura de duas crateras nas obras para a construção da Linha 4 do Metrô. Na madrugada deste domingo (11), eles foram surpreendidos com dois buracos que surgiram na Rua Barão da Torre, no trecho entre as ruas Teixeira de Melo e Farme de Amoedo, onde o subsolo está sendo o escavado com um equipamento chamado de "tatuzão".

[SAIBAMAIS]Oscar Castro, que mora há 15 anos no número 137 da rua, disse que ele, a mulher e os dois filhos chegaram a preparar uma mala, caso tivessem que deixar o apartamento. A calçada em frente ao prédio ficou com um buraco e o estrago atingiu o portão de entrada, que afundou. Ele contou que na semana passada já havia uma movimentação diferente dos trabalhadores na obra. ;Se isso afundou, tem alguma coisa estranha lá embaixo. Se começa a botar concreto, é muito estranho;, contou, referindo-se ao trabalho dos operários da obra. De acordo com ele, os trabalhadores, após a abertura das crateras, começaram a usar concreto para cobrir os buracos.

O morador Fernando Bittencourt, que mora há 20 anos no número 123 da rua, disse que há dez dias foi interrompido o abastecimento de gás da casa dele. Em consequência, aumentaram os gastos com a alimentação em restaurantes. O economista pretende entrar na Justiça contra o Consórcio Linha 4 Sul, responsável pelas obras entre os bairros de Ipanema e da Gávea, para ser ressarcido. ;O meu prédio rachou entre um bloco e outro. Junto com a trepidação, romperam três encanamentos de gás. O meu apartamento foi [onde rompeu] um deles;, informou.

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O gerente de produção do consórcio, Aluísio Coutinho, informou que, após o acidente, a empresa acionou o Plano de Atendimento a Emergências e mobilizou a prefeitura do Rio de Janeiro, o Corpo de Bombeiros, a CEG, a Light, a Cedae, a CET-Rio e o 23; Batalhão da Polícia Militar. Ele acrescentou que o reparo da calçada foi feito com injeção de concreto no solo.

O diretor disse que os técnicos e projetistas do consórcio estão analisando as causas do afundamento. Coutinho garantiu que os danos causados pela obra serão reparados. ;Todos os prejuízos que possam ser caracterizados como prejuízos causados pelo Metrô serão ressarcidos. Quanto a isso os moradores podem ficar tranquilos;, disse.

Aluísio Coutinho contou ainda que o monitoramento da obra é feito 24 horas por dia, incluindo vistorias nos imóveis próximos às escavações dos túneis e estações. ;Esse monitoramento tem sido estável, ou seja, não existe risco para as edificações;, destacoum, acrescentando que as monitorações estão sendo feitas a cada meia hora. ;Tudo indica a estabilidade das edificações;, defendeu.

Ele não soube explicar se o afundamento tem relação com a utilização do "tatuzão". ;A gente agora está avaliando toda a instrumentação para tentar entender de onde vem esse processo, para tentar entender se tem ou não relação com o ;tatuzão;;, avaliou.

Após a reunião que teve com técnicos e projetistas do Consórcio Linha 4 Sul, no canteiro de obras do Jardim de Alah, na zona sul da cidade, o subsecretário municipal de Defesa Civil, Márcio Motta, disse que uma das explicações possíveis para a causa do acidente é a ocorrência de uma falha geológica na área. De acordo com o subsecretário, está decidido que as obras só serão retomadas após a conclusão de todos os estudos e análises, o que só deve acontecer no meio da semana que vem. ;Pode ter sido uma falha geológica, pode ter sido algum carreamento de água. Eles estão avaliando para verificar se vão ter que reajustar ou não o modo das escavações. Estão avaliando tudo isto;, adiantou.

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