Brasil

14 datas que vão te fazer lembrar de 2014 para sempre (ou querer esquecer)

O ano de 2014 foi marcado por tragédias e perdas. Mas há o que comemorar

Jacqueline Saraiva
postado em 19/12/2014 16:28

O ano de 2014 foi marcado por tragédias e perdas. Mas há o que comemorar
19 de fevereiro
O
dia da transação bilionária

O Facebook anunciou, em 19 de fevereiro, a compra do aplicativo WhatsApp por US$ 16 bilhões. O valor é o mais alto já pago por um aplicativo para smartphones desde que a própria rede social comprou o Instagram. Usado por 450 milhões de pessoas por mês, o WhatsApp tem alto poder de engajamento: 70% que têm o aplicativo instalado em seus celulares o manuseiam diariamente. Por dia registra 1 milhão de novos usuários. Com a compra do app, o Facebook já tem valor de mercado (US$ 200 bilhões) maior do que companhias de tecnologia mais consolidadas, como IBM, Intel, Oracle. Mark Zuckerberg curtiu isso.

O ano de 2014 foi marcado por tragédias e perdas. Mas há o que comemorar
7 de março
O dia do acidente da Malaysia (o primeiro)

Sequestro? Sabotagem? Acidente? Até hoje ninguém sabe a resposta certa para esclarecer uma história que pode se confirmar como um dos maiores desastres aéreos dos últimos dez anos. O voo MH-370 da Malaysia Airlines, que decolou em 7 de março de Kuala Lampur (Malásia), deveria pousar em Pequim (China) seis horas depois, mas desapareceu sem deixar vestígios. As famílias aguardam até hoje notícias sobre as vítimas. A aeronave levava 239 pessoas, de 14 nacionalidades. O ano de 2014 ainda foi marcado por outras tragédias aéreas: Em 11 de fevereiro, um avião militar caiu e matou 103 pessoas em uma área montanhosa de Oum El Bouaghi, no leste da Argélia; em 17 de julho um boeing também da Malaysia Airlines caiu na Ucrânia perto da fronteira com a Rússia, com 298 pessoas a bordo. No dia 24 do mesmo mês, o avião operado pela empresa Air Algerie caiu e matou 116 pessoas na costa Oeste da África.

O ano de 2014 foi marcado por tragédias e perdas. Mas há o que comemorar
17 de março
O dia em que a PM arrastou o corpo de uma mulher no asfalto

Uma das imagens mais chocantes do ano foi flagrada no Rio de Janeiro, na manhã de 17 de março. Uma viatura 9; Batalhão de Polícia Militar (Rocha Miranda) seguia no sentido Marechal Hermes, na Zona Norte do Rio, com o porta-malas aberto. Depois de rolar no interior do compartimento e ficar pendurado no para-choque apenas por um pedaço de roupa, o corpo de Claudia da Silva Ferreira, de 38 anos, foi arrastado por cerca de 250 metros, batendo contra o asfalto conforme o veículo fazia ultrapassagens. Apesar de alertados por pedestres e motoristas, os PMs não perceberam o que ocorria na parte de trás do veículo. Só pararam no sinal vermelho de um semáforo, quando ouviram as pessoas. Dois policiais, então, desceram da viatura e colocaram o corpo de volta no carro. A cena grotesca foi feita por um cinegrafista amador que seguia atrás dos policiais. Segundo a PM, os policiais retiraram Cláudia Ferreira ainda viva da comunidade, depois de ela ter sido baleada na rua, no meio de um tiroteio entre PMs e traficantes. A Secretaria de Saúde informou que ela chegou morta ao Hospital Estadual Carlos Chagas. Mãe de quatro filhos, ela trabalhava como auxiliar de limpeza, era casada e ainda cuidava de quatro sobrinhos.

O ano de 2014 foi marcado por tragédias e perdas. Mas há o que comemorar
27 de março
O dia em que o Ipea errou feio
A pesquisa Tolerância social à violência contra as mulheres, divulgada em 27 de março, deu o que falar. O número de maior repercussão dos dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrava que 65% dos brasileiros concordavam com a afirmação "mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas". Na verdade, o número é 26%. A confusão foi gerada, segundo o Ipea, pela troca entre as respostas de duas perguntas. O diretor da área de Estudos e Políticas Sociais, Rafael Osório, pediu exoneração do cargo após o erro ter sido percebido. A jornalista brasiliense Nana Queiroz (foto), chegou a criar a campanha "Eu não mereço ser estuprada", que mobilizou milhares de mulheres nas redes sociais, que tiraram fotos em protesto citando a tag #EuNaoMerecoSerEstuprada.



O ano de 2014 foi marcado por tragédias e perdas. Mas há o que comemorar
14 de abri
O dia em que um crime bárbaro foi descoberto

Nessa data, a polícia encontrou o corpo do menino Bernardo Uglione Boldrini em um matagal no interior de Frederico Westphalen, no Norte do Rio Grande do Sul - a criança estava desaparecida há 10 dias. O crime que chocou o país e causou protestos de moradores da região tem como principais acusados o pai, Leandro Boldrini, e a madrasta, Graciele Boldrini. Além deles, a amiga de Graciele, Edelvânia Wirganovicz, e o irmão dela, Evandro Wirganovicz, são réus pelo assassinato. Os quatro estão presos e respondem por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Segundo as investigações da Polícia Civil, Bernardo foi morto com uma superdosagem do sedativo midazolan e depois enterrado em uma cova rasa, na área rural a aproximadamente 80 km de Três Passos, onde ele residia com a família.

O ano de 2014 foi marcado por tragédias e perdas. Mas há o que comemorar
8 de julho
O dia do 7x1

Apagão da seleção... Salsichaço... O mundo desabou na cabeça dos brasileiros apaixonados por futebol em 8 de julho. O massacre, estampado no placar 7 x 1, rendeu capas de jornais das mais melancólicas às que nos fizeram rir (para não chorar), além de memes que até agora ainda devem contabilizar mais gols da Alemanha na internet. Em 29 minutos, a máquina alemã sacramentou o fim do hexa em casa, com cinco gols - quatro deles em seis minutos. Parecia ruim até aí, mas ao fim do jogo mais dois gols selaram a maior humilhação do Brasil em mais de 100 anos de futebol.

O ano de 2014 foi marcado por tragédias e perdas. Mas há o que comemorar
13 de agosto
O dia em que a tragédia marcou a corrida eleitoral

Um trágico acidente aéreo matou o candidato à presidência da República Eduardo Campos, 49 anos, e mais seis pessoas em 13 de agosto. O jato particular em que seguia a comitiva do ex-governador de Pernambuco caiu em um bairro nobre da cidade de Santos, no litoral de São Paulo. Campos faleceu na mesma data que o avô, Miguel Arraes ; morto em 2005 devido uma infecção pulmonar. O velório e o enterro reuniram mais de 100 mil pessoas em Recife, entre familiares, amigos, admiradores e muitos políticos. Ele deixou a esposa Renata Campos e cinco filhos, um deles nascido em 28 de janeiro deste ano.

O ano de 2014 foi marcado por tragédias e perdas. Mas há o que comemorar
29 de setembro

O dia do "terrorista" de Brasília (o primeiro)
Com uma arma de brinquedo e dinamites de cartolina, Jac Souza dos Santos, 30 anos, manteve como refém o mensageiro José Aílton de Sousa, 48 anos, no 13; andar do Hotel St. Peter, em Brasília, em 29 de setembro. Também o obrigou a vestir um colete com falsas dinamites e, por mais de sete horas, fez ameaças até contra Dilma Rousseff. Depois da ação, que ganhou destaque internacional e mobilizou quase todo o aparato policial da cidade, ele se entregou. Em 4 de novembro, outro insatisfeito com a presidente da República acabou fazendo uma refém em um ponto de ônibus no Eixo Monumental. Foi imobilizado e preso pela polícia, depois de resistir. Antes, ele jogou o carro que dirigia na entrada do Palácio do Buriti e tentou quebrar janela do prédio, usando as duas facas que levava consigo.

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20 de setembro
O dia em que as celebridades caíram nuas na rede

Kim Kardashian, Vanessa Hudgens, Aubrey Plaza, Mary-Kate Olsen, Hayden Panettiere, Leelee Sobieski. Essas foram apenas algumas das celebridades que tiveram séries de fotografias nuas vazadas na internet, nos sites 4chan e Reddit, em 20 de setembro. Em 31 de agosto já haviam sido vazadas imagens inéditas de Jennifer Lawrence, além de uma série de fotos íntimas de J-Law, Kirsten Dunst, Selena Gomez, Ariana Grande e Rihanna. A nudez de muitas dessas famosas chegaram a "quebrar" a internet, tamanha foi a repercussão nas redes sociais: Jennifer Lawrence (foto), por exemplo, entrou para os Trending Topics do Twitter, lista dos assuntos mais comentados na rede social. A farra da violação de privacidade foi atribuída a hackers, que roubaram os arquivos do serviço iCloud, da Apple. O CEO da empresa, Tim Cook, tentou se esquivar da responsabilidade pelo vazamento, mas aumentou a segurança na nuvem.

O ano de 2014 foi marcado por tragédias e perdas. Mas há o que comemorar
26 de outubro
O dia em que as eleições terminaram

Depois de uma campanha cheia de altos e baixos, Dilma Rousseff (PT) conquistou pela segunda vez a Presidência da República. O resultado das urnas em 26 de outubro, no entanto, foi bastante apertado: a petista ganhou com 51% dos votos válidos, ante 49% do tucano Aécio Neves (PSDB). O pleito também foi marcado pela morte de Eduardo Campos (PSB), que acabou dando lugar à ex-senadora Marina Silva, que por várias vezes esteve próxima de barrar a vitória da mineira petista, de acordo com as pesquisas de intenções de voto.

O ano de 2014 foi marcado por tragédias e perdas. Mas há o que comemorar
14 de outubro
O dia da prisão do serial killer de Goiânia

Moradores de Goiânia (GO) passaram por momentos de medo por causa de uma onda de assassinatos de mulheres. Os crimes bárbaros foram cometidos por um vigilante de 26 anos. Em um depoimento que conseguiu causar espanto até mesmo nos policiais, Tiago Henrique Gomes da Rocha confessou ser o autor de 39 homicídios na capital goiana. Ele foi preso em 14 de outubro. A caçada da polícia ao suspeito envolveu o depoimento de 200 pessoas, além das análises de 576 placas de veículos suspeitos, 50 mil fotografias de infrações de trânsito e mais de 300 horas de câmeras de segurança. Em todos os casos, os crimes cometidos por Tiago Rocha tiveram dinâmica parecida: o suspeito chegava de motocicleta, sacava a arma, disparava contra a vítima e fugia sem levar nada. A maioria dos mortos eram mulheres, mas ele também tinha como alvo homossexuais e moradores de rua.

O ano de 2014 foi marcado por tragédias e perdas. Mas há o que comemorar
9 de outubro
O dia da suspeita de ebola no Brasil

Souleymane Bah, de 47 anos, chegou ao Brasil em 19 de setembro vindo de Guiné, um dos países afetados pela epidemia de ebola. Em 9 de outubro, ele procurou a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Foz do Iguaçu (PR), após apresentar sintomas de febre, que teriam iniciado um dia antes. A suspeita de que o guineense estaria com a doença deixou o país em alarme. Souleymane Bah foi levado para o Rio de Janeiro em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e encaminhado ao Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas. O paciente, usuários e profissionais de saúde que estavam na UPA ficaram isolados em quarentena. Dias depois, um exame comprovou que o homem não estava com a doença. A notícia causou transtornos também para outros refugiados no país, que chegaram a sofrer preconceito nas ruas, mesmo não sendo de países da África.

O ano de 2014 foi marcado por tragédias e perdas. Mas há o que comemorar
27 de abril
O dia do #somostodosmacacos

O lateral baiano Daniel Alves, do Barcelona, participou de duas jogadas que garantiram a vitória do time contra o Villarreal em 27 de abril, pelo Campeonato Espanhol. No entanto, o bom desempenho foi acompanhado de ofensas racistas por parte da torcida adversária. Diversas bananas foram jogadas no campo, em direção ao jogador. Mas a resposta de Alves foi inusitada: no momento em iria cobrar um escanteio, ele se abaixou, pegou uma das bananas, comeu e, em seguida, continuou jogando como se nada tivesse acontecido. O Barcelona ganhou de 3 a 2 sobre o Villarreal. Nas redes sociais, ele comentou a provocação racista: "Estou na Espanha há 11 anos e há 11 anos é dessa maneira. Temos de rir dessa gente atrasada". O jogador Neymar também apoiou o companheiro de equipe e postou a imagem de Daniel Alves comendo a banana nas redes sociais. "Somos todos macacos, e daí?", escreveu o craque. Mais tarde, descobriu-se que a reação de Neymar foi calculada por uma agência de publicidade e a "hashtag de boutique" se transformou em um grande negócio para personalidades como Luciano Huck - que vendeu até camiseta e caneca com o "slogan".

O ano de 2014 foi marcado por tragédias e perdas. Mas há o que comemorar
28 de novembro
O dia do adeus ao Chaves

Criador dos seriados "Chaves" e "Chapolin", Roberto Gomez Bolaños, conhecido como Chespirito, morreu aos 85 anos em 28 de novembro, no México. Ele vivia com a esposa Florinda Meza - a Dona Florinda da série Chaves - em Cancún. No balneário, tentava se recuperar de problemas respiratórios e de dificuldades em se locomover. Os seriados de Bolaños seguem em exibição em diversos países. Chaves passou a ser veiculado no Brasil em 1984 e até hoje é acompanhado por crianças, jovens e adultos. Sua relação com o elenco da série, no entanto, não se manteve harmoniosa durante muito tempo. Bolaños havia rompido amizade com Maria Antonieta de las Nieves, a Chiquinha, e Carlos Villagrán, o Kiko, que disputaram com o criador do seriado os direitos de uso de seus personagens. O comediante deixou seis filhos, fruto de seu casamento com Graciele Fernández Pierre, que morreu em agosto de 2013. Florinda Meza e Roberto Bolaños eram casados há nove anos.

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