Brasil

Vacina de combate à tuberculose está em falta na rede pública de saúde

Relatos das secretarias de Saúde de diversas unidades da Federação, como Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, Rondônia e Distrito Federal, mostram que há um desabastecimento nacional nas reservas da vacina

postado em 22/03/2015 08:20
Os últimos 20 anos foram de evolução no combate à tuberculose no Brasil. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de mortes causadas pela doença caiu de aproximadamente 10 mil para cerca de 4,4 mil pacientes entre 1990 e 2013, o que corresponde a uma redução de 66%. Já as taxas de contágio da enfermidade sofreram redução expressiva até 2005 e se mantêm estáveis desde então, muito por conta da imunização da população por meio da vacina Bacillus Calmette-Guérin, a famosa BCG. No entanto, as dificuldades na distribuição da vacina pelos postos de saúde do país põem em risco a política que fez com que, há dois anos, a Organização das Nações Unidas (ONU) considerasse a experiência brasileira um exemplo de sucesso no combate à doença.

Relatos das secretarias de Saúde de diversas unidades da Federação, como Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, Rondônia e Distrito Federal, mostram que há um desabastecimento nacional nas reservas da vacina. ;No Rio de Janeiro, por exemplo, só foram entregues 30% do quantitativo normal deste mês, e os estoques já estão zerados. Com isso, vai haver uma falta de cobertura de pelo menos 30 dias;, afirma Carlos Basília, coordenador do Observatório Tuberculose Brasil. No DF, a situação é ainda pior ;Estamos recebendo apenas de 10% a 20% da cota normal. Por enquanto, não há falta, mas estamos evitando ao máximo o desperdício de qualquer dose;, afirma Cristina Segatto, gerente de Imunização da Secretaria de Saúde do DF.

O Ministério da Saúde, assim como as secretarias estaduais, reconhece que há problemas de abastecimento, mas promete, em nota, ;avaliar as demandas dos estados e municípios para adequação dos estoques;. De acordo com documento divulgado na quinta-feira pelo órgão, ;a regularização dos estoques de vacina inicia-se em 24 horas e segue até abril;. Especificamente sobre a BCG, a pasta informou que, ;até o fim desta semana (semana passada), começa a distribuição de 712 mil doses. Outras 600 mil serão liberadas após análise de qualidade;. A pasta diz ainda que a média mensal de envio aos estados é de 1 milhão de doses. ;Em que pesem as notas técnicas da pasta justificando a falta como um problema pontual de breve solução, a situação tem se agravado desde o ano passado;, revela Basília. Única responsável pela produção da vacina, a Fundação Ataulpho de Paiva não quis se pronunciar sobre os problemas de abastecimento.

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