Brasil

Programas de cotas nas universidades deixam lacunas na inclusão social

Em 32 das 38 estaduais, há uma tendência de valorização das cotas sociais, o que provoca uma representação desproporcional da política inclusiva no ensino superior

postado em 12/04/2015 08:03
A falta de padrão nas políticas de cotas e outras ações afirmativas nas universidades estaduais levam a uma inclusão menos efetiva de alguns grupos étnicos, como negros, pardos e indígenas. Diferentemente das instituições federais, submetidas à Lei de Cotas, sancionada em 2012, no caso das estaduais, cabe aos conselhos universitários ou ao legislativo local definir tais medidas. Apesar de ações inclusivas como reservas de vagas e sistema de bônus estarem presentes em pelo menos 32 de 38 estaduais, há uma tendência de cotas sociais em detrimento das raciais. Isso resulta em uma representação desproporcional desses grupos no ensino superior.

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Na região Sudeste, onde a situação é mais desequilibrada, 7,8% das cotas são para negros, pardos ou indígenas, apesar dessas etnias representarem 43,9% da população local, segundo estudo do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA). Na avaliação do professor Luiz Augusto Campos, do GEMAA, a ideia de que as cotas sociais contemplariam a população negra porque eles seriam o grupo majoritário nas classes sociais mais baixas é equivocada. ;Mesmo negros e pardos que tiveram acesso a escolas privadas continuam enfrentando dificuldade no mercado de trabalho, porque são discriminados. As cotas sociais e raciais devem vir juntas, mas estão lidando com problemas distintos;, afirma.

Há críticas também à adoção de sistema de bônus usados pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pela Universidade de São Paulo (USP). Para Campos, esse tipo de medida demanda uma complexidade maior na aplicação porque é afetada por questões como uma variação na nota de corte dos cursos nos processos seletivos, por exemplo. Tais experiências produzem resultados pouco expressivos no aumento da quantidade de candidatos de grupos desprivilegiados que ingressam na universidade.

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