Um homem de 38 anos foi preso na manhã desta sexta-feira (7/8) após ser flagrado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) dirigindo uma carreta embriagado na BR-452, próximo a Rio Verde, no sudoeste de Goiás. Antes da abordagem, ele teria causado o capotamento de uma caminhonete, que deixou os dois ocupantes em estado grave. O teste do bafômetro acusou 1,46 mg de álcool por litro de ar expelido. O teor é o recorde de alcoolemia em rodovias federais goianas neste ano.
O motorista da carreta dirigia o veículo em ziguezague na pista. Segundo informações da PRF, ele obrigou o condutor de uma caminhonete a desviar para o acostamento, o que causou o capotamento do carro. Eles foram encaminhados ao Hospital de Urgências de Santa Helena (GO).
O caminhoneiro continuou oferecendo perigo pela rodovia e os agentes da PRF precisaram perseguí-lo por cerca de 20 km para alcançar o homem. No momento da abordagem, ele teria tentado lançar a carreta contra a viatura policial.
Os policiais relataram que ele apresentava informações desconexas e não sabia dizer sequer para onde estava indo. O condutor foi preso e encaminhado à Central de Flagrantes, em Rio Verde. Ele é acusado por embriaguez ao volante e direção perigosa.
Além da embriaguez, o motorista da carreta foi multado por diversas infrações de trânsito, que totalizam 26 pontos na carteira de habilitação. Entre os descumprimentos, estão transitar pela contramão, desobedecer ordem de parada, retornar em local proibido e conduzir veículo sem cinto de segurança e sem cuidados indispensáveis a segurança no trânsito.
O limite do bafômetro, 0,05 mg/l equivale a menos de um copo de cerveja. Motoristas flagrados com índice entre 0,05 mg/l e 0,33 mg/l são multadas em R$ 1.915,40 e podem ter a habilitação suspensa por 12 meses. Taxas superiores a 0,33 mg/l implicam, além da multa e suspensão, prisão e processo judicial por crime de trânsito.
Abuso
A quantidade de álcool constatada no ar expelido pelo motorista da carreta, 1,46mg/l, é considerada fator capaz de alterar funções motoras de pessoas que conduzem automóveis sob esta condição. Quem afirma é a psicóloga Clarice Sandi Madruga. Ela é pesquisadora em dependência química e atualmente coordena o Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), do Instituto Nacional de Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas (Inpad).
Clarice explica que a taxa não evidencia o tipo ou a quantidade de bebida ingerida pelo caminhoneiro, nem o tempo de consumo, mas ressalta os efeitos causados pelo álcool. ;Um copo de cerveja já é suficiente para alterar a coordenação motora. O álcool age diretamente no córtex frontal e no cerebelo. No córtex, a substância desinibe quem consome. No cerebelo, ela age afetando habilidades motoras;, esclarece a pesquisadora.