Brasil

Teste da 'pílula do câncer', em São Paulo, ocorrerá em três etapas

A fosfoetanolamina sintética será utilizada por pacientes de 10 tipos diferentes da doença

postado em 22/07/2016 06:00

Cápsula de fosfoetanolamina, a pílula do câncer: teste iniciais não indicaram eficácia da droga


O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou ontem que os testes em humanos com a fosfoetanolamina sintética, mais conhecida como a ;pílula do câncer;, terão início na segunda-feira. Eles serão encabeçados pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp). A pesquisa prevê a participação de até 1 mil voluntários, e a primeira fase contará com 10 participantes, que vão receber a substância para que seja determinada a segurança da dose que tem sido utilizada pelos pacientes.

[SAIBAMAIS]Se eles não apresentarem efeitos colaterais, uma nova etapa será iniciada com 21 participantes para cada um dos 10 tipos de tumor que vão fazer parte da pesquisa, como pulmão, mama, próstata, estômago e fígado. Os participantes serão avaliados e, caso a pílula apresente atividade, serão incluídos mais 20 voluntários em cada grupo. A eficácia da substância será levada em consideração para a inclusão de mais participantes, que pode chegar a 100 para cada tipo de câncer. Os voluntários serão monitorados por uma equipe multidisciplinar do Icesp.

A fosfoetanolamina sintética virou centro de uma polêmica após começar a ser distribuída para pacientes com câncer antes de ser testada em humanos e sem liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ela foi desenvolvida pelo professor aposentado do Instituto de Química da Universidade de São Paulo de São Carlos Gilberto Chierice. Testes com cobaias estão sendo realizados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação, mas a eficácia da substância ainda não foi comprovada.

Resultados negativos
Até aqui, os testes oficiais com a fosfoetanolamina não apresentaram resultados satisfatórios. Em março, a primeira avaliação independente, feita por pesquisadores da Universidade de São Paulo de São Carlos, chegou à conclusão de que a droga tinha baixo grau de pureza e efeitos desconsideráveis sobre células tumorais ; inferior aos medicamentos já disponíveis no mercado. Na ocasião, o resultado foi divulgado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia.

Na esteira da pressão popular pela liberação da substância, o Congresso Nacional aprovou e o governo federal, à época comandado por Dilma Rousseff, sancionou, em março, lei liberando a fosfoetanolamina para pacientes diagnosticados com tumores malignos. A decisão recebeu diversas críticas do setor e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Diante da repercussão, o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou a lei, alegando que ela invadia competência da Anvisa.

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