Brasil

Torcedores enfrentam madrugada gelada em SC para homenagear a Chapecoense

Muitos fazem acampamento ao ar livre, protegidos apenas por cobertores, e só vão deixar o estádio quando os corpos chegarem à cidade

Marcos Paulo Lima, Breno Fortes
postado em 30/11/2016 07:34

Muitos fazem acampamento ao ar livre, protegidos apenas por cobertores, e só vão deixar o estádio quando os corpos chegarem à cidade

Chapecó ; A madrugada foi de vigília do lado de fora da Arena Condá. Cerca de 30 integrantes da Torcida Jovem, a maior organizada do clube, dormiram ao ar livre, ao longo do meio frio. Na noite fria, apenas cobertores eram usados para aquecer o corpo e a dor causada pelo acidente com o avião que transportava a delegação da Chapecoense até Medellín, que seria palco nesta quarta-feira do jogo de ida da final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional.

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[SAIBAMAIS]Cristian Xavier, 19 anos, falou ao Correio Braziliense em nome do grupo. Era um dos poucos acordado às 5h45 da manhã. ;Vamos ficar aqui até os corpos chegarem. Ainda não estamos acreditando no que aconteceu. É uma dor muito grande. A gente convivia com os caras, encontrava com eles nas ruas, nos restaurantes, nos supermercados. O goleiro Danilo esteve com a gente na véspera da viagem acompanhando o jogo do time sub-20 pelo Campeonato Catarinense. Sinceramente, eu não acredito que isso seja verdade. É cruel;, desabafou Cristian.

Clubes do mundo inteiro prestam solidariedade à Chapecoense. Uns prometem reforço financeiro e até empréstimo de jogadores para a reformulação do elenco, mas Cristian Xavier pondera. ;Podem mandar o Cristiano Ronaldo, o Messi ou o Neymar que jamais vai ser a mesma coisa. O carisma daqueles caras era impressionante, era um time de família, mesmo. Dificilmente a Chapecoense vai ter isso de novo. O esforço de todos é válido, mas a dor que a gente sente não tem remédio.

Com frio, Fernando Américo, 17, era o único acampado em uma barraca. ;Nós deixamos velas acesas lá dentro da Arena Condá. Esperávamos estar lá dentro, mas não foi possível. Não tem problema. A gente só sai daqui quando os corpos chegarem. Não tem frio que tire a gente daqui. Nós amamos os nossos jogadores queremos prestar a última homenagem;, afirmou.

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