Chapecó (SC) ; Carolina Luiza Guella, 28 anos, jamais colocou os pés na Arena Condá. Fisioterapeuta, torce pela Chapecoense. Fez até o tratamento de alguns jogadores do clube catarinense. Mas ontem, decidiu ir ao estádio. Depois de chorar muito depois do acidente aéreo, foi às compras, ontem, em busca de uma camisa do clube para ir ao velório coletivo marcado para hoje.
[SAIBAMAIS]As camisas oficiais estão em falta. Praticamente desapareceram dos cabides. Uma das lojas oficiais do clube, ao lado do estádio, está fechada até quarta-feira. "Comprei uma genérica por R$ 65. O que interessa é o carinho pelos jogadores, por gente que fazia parte dessa família de Chapecó. A cidade é pequena. São 210 mil pagantes. Todo mundo se vê sempre", conta.
Uma outra razão para ir à Arena Condá é a amizade com o médico da Chapecoense, Márcio Coury, uma das vítimas da tragédia de Medellín. Ele nasceu no Acre, tinha um humor fantástico, era um dos responsáveis pelo Posto de Saúde do Distrito de Marechal Gomes, onde eu moro. A minha família tinha uma carinho muito grande por ele. Ele e todos os nossos heróis merecem a nossa presença. Eu não posso deixar de ir ao estádio para dar adeus".