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Após acidente, Carnaval do Rio abre segunda noite de esplendor

Esta é a segunda noite de desfiles das escolas do Grupo Especial do Carnaval carioca

Agência France-Presse
postado em 28/02/2017 00:51
Esta é a segunda noite de desfiles das escolas do Grupo Especial do Carnaval carioca

O espírito festivo do Carnaval do Rio sofreu um baque no domingo (26) com um acidente que deixou 20 feridos, mas hoje, segunda-feira (27), plumas, brilhos e lantejoulas voltaram a iluminar o Sambódromo.

Esta é a segunda noite de desfiles das escolas do Grupo Especial do Carnaval carioca.

Segundo o último boletim oficial, três mulheres ainda estão internadas. Uma delas se encontra em estado grave e respira com a ajuda de aparelhos.

Sob uma chuva leve, mas constante, o acidente aconteceu na passagem do último carro da escola Paraíso do Tuiuti, que entrou desgovernado na pista do Sambódromo.

O veículo se chocou com uma grade, deixando vários feridos ensanguentados na pista. Uma das vítimas teve a perna esmagada, conforme jornalista da AFP no local.

Passados minutos de pânico, os organizadores decidiram que o espetáculo deveria continuar e que a perícia do carro seria realizada apenas após o desfile.

A filha de uma das vítimas, Rafaela Anastasia, criticou a decisão, em entrevista à TV Globo.

"Minha mãe foi esmagada contra as grades, e a única preocupação deles era o desfile. Meu Deus, é irreal", denunciou.

A escola seguinte, Grande Rio, desfilou normalmente depois de alguns minutos de atraso. A grande maioria dos 70.000 participantes sequer soube do acidente e aproveitou a presença da homenageada do desfile, a cantora Ivete Sangalo.

Um verdadeiro desastre
Segundo o site de notícias on-line G1, o motorista do carro acidentado já prestou depoimento à Polícia e pediu perdão às vítimas. Seus filhos responsabilizaram a Paraíso do Tuiuti por não tê-lo alertado que o caminhão seria unido a outro carro alegórico.

"Isso nunca deveria ter acontecido. É um verdadeiro desastre. Nunca vi algo parecido", criticou Rafael, sem se identificar, um dos motoristas da União da Ilha, primeira a desfilar nesta segunda.

"É um trabalho de equipe. Tenho de seguir ao pé da letra as orientações de um guia, que vai me fazendo sinais", explica este jovem de 26 anos.

"Não estou preocupado porque sei o que tenho de fazer", garante.

Talita Andrade, que desfila na frente desse carro, não está tão tranquila.

"É verdade que dá um pouco de medo depois do que aconteceu ontem, mas, felizmente, eu desfilo no chão. Não teria coragem de subir num carro agora", admitiu.

A escola escolheu representar a influência de Angola nas crenças afro-brasileiras.

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