Brasil

BNDES considera prematuro manifestar-se sobre impacto da Carne Fraca

O BNDES tem participação acionária em parte dos frigoríficos investigados. Para Maria Silvia, a desvalorização não é uma perda

postado em 24/03/2017 12:20
A presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Ecônomico e Social (BNDES), Maria Silvia Bastos Marques, disse nesta sexta-feira (24/3) que ainda é prematuro emitir qualquer posicionamento sobre possíveis impactos da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal.

"Está muito recente ainda", disse Maria Silvia, "Aparentemente, a coisa é restrita, mas estamos acompanhando. Quando tiver algum posicionamento, a gente falará."

Como não há uma avaliação concreta do cenário, não há ações em curso, acrescentou Maria Sílvia. "Não estamos fazendo nada. Estamos apenas acompanhando para entender exatamente o que está acontecendo, como todo mundo."

O BNDES tem participação acionária em parte dos frigoríficos investigados. Para Maria Silvia, a desvalorização não é uma perda. "Não tem perda de recursos. Ações oscilam na Bolsa [de Valores]. Vão e voltam. Estamos acompanhando".

[SAIBAMAIS]A presidente do BNDES participou nesta sexta-feira, no Rio, da abertura do Seminário Start-Ups: Formas Efetivas de Apoio no Brasil. Em entrevista à imprensa, ela antecipou que o banco anunciará em breve um movimento de entrada no mercado digital para o público de pequenas e médias empresas.

Maria Silvia disse que um dos objetivos do BNDES para este ano é conseguir que 50% dos pedidos de crédito tenham aprovação em até 180 dias. Atualmente, a média de tempo de avaliação é 400 a 600 dias. "O banco está fazendo seu papel. Imaginar que o presidente de um banco de desenvolvimento quer segurar crédito é uma coisa esdrúxula. Pelo contrário, estamos trabalhando muito para agilizar, simplificar, aumentar acesso."

Na abertura do evento, o secretário de Inovação do MInistério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Marcus Vinícius de Souza, disse que governo, investidores e empresários precisam de mais maturidade para aproveitar os instrumentos de apoio à inovação existentes no Brasil.

"O cardápio de instrumentos que temos no Brasil é muito completo. Isso quer dizer que está bom? Não. Muito pelo contrário", disse Souza. Ele ressaltou, entretanto, que esses instumentos precisam ser menos burocraticos, com maior poder, com mais recursos. "É preciso pensar em algumas alterações para atualizá-los."

O Brasil ocupa hoje a 69; posição no ranking global de inovação, e sua menor pontuação é no critério "capital humano". O país tem 33,2 pontos, enquanto a Suíça, primeira colocada, tem 66,3. Chile, México, Colômbia e Uruguai estão à frente do Brasil.

O ranking é elaborado pela Johnson Cornell University, pelo INSEAD, pela Business School for the World e pelo WIPO ; World Intelectual.

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