Brasil

Bope chega à área da chacina de trabalhadores rurais no Mato Grosso

A perícia feita nos corpos das vítimas apontam que os sem-terra foram torturados. Nove pessoas morreram após o ataque e a polícia investiga quem ordenou a chacina

Hellen Leite
postado em 24/04/2017 09:17

Homens do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope) chegam nesta segunda-feira (24/4) a Taquaruçu do Norte, área na região de Colniza, a 1.065 km da capital do Mato Grosso, Cuiabá, local onde ocorreu a chacina que deixou nove trabalhadores rurais mortos na quarta-feira (19/4).

De acordo com a Polícia Civil de Mato Grosso, as nove vítimas da chacina foram torturadas. Os corpos foram amarrados e um deles teve uma orelha cortada. O grupo foi assassinado com golpes de facão e tiros de arma calibre .12.

[SAIBAMAIS]Quatro homens são suspeitos de terem executado os sem-terra. O laudo dos policiais identificou as nove vítimas: Fábio Rodrigues dos Santos; Izaul Brito dos Santos; Ezequias Santos de Oliveira; Samuel Antônio da Cunha; Francisco Chaves da Silva; Valmir Rangeú do Nascimento; Aldo Aparecido Carlini; Sebastião Ferreira de Souza e Edson Alves Antunes. Sete da vítimas são de Rondônia, uma de Mato Grosso e outra de Alagoas. O mais novo do grupo tinha 28 anos e, o mais velho, 58. Todos eles já foram enterrados.

Dom Pedro Casaldáliga, reconhecido internacionalmente pela luta em defesa dos povos indígenas e contra a violência dos conflitos agrários, alertou para o risco de novos massacres

Em nota, a Prelazia de São Félix do Araguaia, uma das estruturas eclesiásticas que atende as comunidades da região, lamentou a chacina e alertou para risco de novos crimes na região, onde há muita disputa por terra. Segundo o texto, "as famílias de agricultores da Gleba Taquaruçu vêm sofrendo violência desde 2004".

De acordo com o bispo emérito da prelazia, dom Pedro Casaldáliga, reconhecido internacionalmente por sua luta em defesa dos direitos humanos, o município já foi considerado o mais violento do país. Segundo a prelazia, na região existem outros conflitos de extrema gravidade, como o da Fazenda Magali, desde 2000, e o conflito na Gleba Terra Roxa, desde 2004.


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