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MG registra mais um caso que pode ter relação com o jogo Baleia Azul

Adolescente de 17 anos, moradora de Teófilo Otoni, pulou de um muro e foi socorrida. Segundo a PM, ela confessou no hospital que participava do jogo macabro

João Henrique do Vale/Estado de Minas, Estado de Minas
postado em 05/05/2017 15:41
Game incentiva jogadores a tirarem a própria vida
Minas Gerais investiga mais um caso de vítimas do "jogo" Baleia Azul, que consiste em incentivar jovens a tirarem a própria vida. Desta vez, uma adolescente de 17 anos, moradora de Teófilo Otoni, na Região do Vale do Mucuri, pulou de um muro e foi socorrida para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade. O pai da garota informou que ela já tinha feito cortes nos braços com uma faca. No hospital, a menina confessou que participava do game macabro, segundo a Polícia Militar (PM).

O caso aconteceu no fim da manhã dessa quinta-feira. A menina foi até o fundo da casa dela e subiu em um muro de aproximadamente seis metros de altura. Em seguida, pulou. A ação foi flagrada por familiares da jovem, que acionaram o Corpo de Bombeiros. Ela foi socorrida com ferimentos e encaminhada para a UPA da cidade. O em.com.br tentou verificar o estado de saúde da vítima, mas os dados não foram repassados.

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Segundo a PM, o pai da jovem afirmou que ela já tinha se ferido nos braços com uma faca, anteriormente. Antes dela pular do muro, o homem contou que tentou conversar com a filha, mas ela correu e saltou do paredão. No hospital, a vítima contou aos policiais que teve acesso ao jogo Baleia Azul e que foi ;determinado cumprir a tarefa de cortar-se, e, posteriormente atentar contra a própria vida;, como consta no boletim de ocorrência.

Criado na Rússia, o jogo Baleia Azul estaria relacionado a 130 mortes de jovens naquele país. O ;game; consiste na realização de 50 desafios de dificuldades crescentes, ordenados por um ;mediador;, que trazem risco de vida e induzem à automutilação e culminam com o autoextermínio. A Polícia Civil de Minas já investiga quatro casos de pessoas que se mutilaram ou se mataram, supostamente por causa do jogo macabro. Desses, duas mortes foram constatadas.

O primeiro registro foi de um jovem de 19 anos que se matou em Pará de Minas, na Região Centro-Oeste do estado. Em Leopoldina, na Zona da Mata, é investigada a participação de um jovem de 18 anos no jogo. A mãe do garoto procurou a polícia em 13 de abril, informando que o filho estava participando do jogo e que tinha cortes no braço, reproduzindo a imagem de uma baleia. Os traços teriam sido feitos com a ajuda de uma colega de sala do filho, que o teria incentivado a entrar no game. Relembre: Baleia Azul espalha desespero entre famílias de Minas; PF alerta sobre prevenção

Em Belo Horizonte, um adolescente de 16 anos foi encontrado morto no Bairro Ribeiro de Abreu, na Região Nordeste de Belo Horizonte. Apesar de a princípio a Polícia Civil não relacionar o caso ao ;game;, familiares da vítima suspeitam que haja relação. Em Manhuaçu, na Zona da Mata, uma adolescente de 13 anos foi encontrada desmaiada dentro de casa, depois de ingerir cartelas de um medicamento para tratamento de epilepsia e outra para dores musculares. A vítima deixou o hospital na quarta-feira.


Recomendações do Ministério Público


O Ministério Público cobra do estado mais informações sobre o uso seguro da internet. O MP emitiu recomendação à Secretaria de Estado de Educação (SEE) para que as instituições de ensino orientem pais e alunos, de forma a evitar que criminosos se aproveitem da vulnerabilidade, especialmente de crianças e adolescentes. Veja abaixo algumas medidas que podem ser tomadas pelos pais e responsáveis.

; Fique atento a eventuais mudanças de comportamento do jovem
; Demonstre interesse pela rotina dele
; Adolescentes com a autoestima em baixa são mais vulneráveis
; Dialogue e atraia a confiança de seu filho
; Evite que ele fique muito tempo na internet
; Deixe o computador em um local comum e visível da casa
; Evite expor na internet informações particulares e dados pessoais
; Denuncie grupos e comunidades suspeitas ao #MPMG: crimedigital@mpmg.mp.br

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