Brasil

''Ela era uma gracinha'', diz prima de criança morta na tragédia de Janaúba

Yasmim Medeiros Sabino, de 4 anos, era uma das 42 crianças feridas depois do ataque do vigia

Valquiria Lopes/Estado de Minas, Estado de Minas
postado em 06/10/2017 17:40
[FOTO1031753]
A frase sai engasgada em meio ao choro ininterrupto. ;Nunca recebemos notícia tão terrível;, diz Roberta Moreira dos Santos, de 37 anos, prima de Yasmin Medeiros Sabino, após saber que a menina de 4 anos faleceu no início da tarde desta sexta-feira, na Santa Casa de Misericórdia de Montes Claros. A criança que estava com 90% do corpo queimado é a sétima criança morta na tragédia de Janaúba, provocada pelo vigia Damião Soares dos Santos, de 50 anos. Em ataque ao Centro Infantil Gente Inocente, na manhã de quinta-feira, ele ateou fogo a crianças e funcionários da instituição e ainda ao próprio corpo.

[SAIBAMAIS]Nesta tarde, a família aguardava a liberação do Instituto Médico Legal (IML) de Montes Claros para seguirem com o corpo de Yasmin, com destino a Janaúba, onde ele será velado. A despedida será realizada na residência da família. ;Ela estava muito ruim, com 90% do corpo queimado. A mãe dela, minha prima, está arrasada. Ela tinha deixado a Yasmim na creche e logo depois recebeu a notícia dessa tragédia;, afirmou Roberta.

A criança estudava no centro infantil há dois anos. Ela tem três irmãos, mas nenhum deles estuda na creche Gente Inocente.;Ela era uma gracinha, inteligente. Era uma menina muito ativa, que conversava com todos. Tinha mania de inventar uma música pra todo mundo. Vai ser muito difícil enfrentar essa situação;, desabafa Roberta. Yasmim era uma das cerca de 35 crianças que estavam na sala da creche que o vigia Damião escolheu como alvo para praticar o ataque.

Por volta de 9h30, ele chegou à instituição dizendo que queria conversar com a diretora. Ele então retirou de dentro de uma mochila uma vasilha (pote de sorvete) com gasolina e incendiou o ambiente e as crianças e funcionários. Yasmin chegou a ser transferida para Montes Claros, de avião, e de lá seria transferida para Belo Horizonte, mas teve duas paradas cardíacas e teve que permanecer no interior. Além dela, morreram mais sete crianças. O próprio Damião, que ateou fogo em si mesmo, e a professora Helley Abreu Batista, de 43 anos, também morreram queimados.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação