Brasil

"Faltou pai e mãe em casa", diz pai de vítima sobre atirador de Goiânia

Pai de garoto morto pelo adolescente em escola de Goiânia crítica ausência dos pais do agressor

Enviado Especial, Renato Souza
postado em 21/10/2017 08:32
Pais se abraçam em velório em Goiás: vítimas devem ser enterradas hoje
O adolescente João Pedro Calembo, de 13 anos, será a primeira vítima do ataque no Colégio Goyases a ser enterrada. O corpo do garoto está sendo velado desde a madrugada deste sábado (21/10) no Cemitério Parque Memorial de Goiânia. Indignado com o caso, o pai da vítima, Leonardo Marcati Calembo, classificou como "a ausência dos pais" na criação do atirador .

[SAIBAMAIS]João Pedro foi morto dentro da sala de aula pelo colega de turma, que pegou a arma da mãe, uma policial militar, e atirou contra os estudantes. Leonardo afirmou que os pais do menino poderiam ter evitado a tragédia. "Faltou pai e mãe em casa. Isso é resultado de uma família desestruturada. A presença dos pais na vida dos filhos é fundamental", afirmou Leonardo, bastante emocionado.

O enterro de João Pedro está marcado para as 10 horas de hoje. A segunda vítima, João Vitor Gomes, deve ser enterrada às 11 horas.

[FOTO1040904]

Bullyng

O delegado Luiz Gonzaga Júnior, da Delegacia de Repressão e Apuração de Atos Infracionais (DPAI), responsável pelo caso, conta que o próprio aluno narrou passo a passo do ataque. ;Ele se inspirou em duas tragédias. No Colégio Columbia (1999) e no colégio de Realengo (2011), aqui no Brasil. Inspirado nesses casos, ele confessou ter a vontade de matar um colega, que ele diz que fazia bullying. Em seguida, após atirar no primeiro alvo, ele disse que teve vontade de matar mais. Na sala de aula, gritou: ;Vou matar todos vocês;.;

De acordo com a Polícia Civil, o adolescente pegou a arma da mãe na noite de quinta-feira, que estava guardada no quarto de casal. O pai dele também é policial militar, e o garoto contou em depoimento que não recebeu nenhum treinamento de tiro para executar o ato. Os investigadores descobriram que havia pelo menos seis meses o menino pesquisava sobre armas e ataques na internet. Ele foi apreendido e vai responder por ato infracional análogo ao crime de homicídio.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação