Brasil

Ministra dos Direitos Humanos pede salário de R$ 61 mil para pagar roupas

Como desembargadora aposentada, Luislinda Valois já recebia R$ 30.471,10 e, então, passou a receber mais R$ 3.292 como ministra, valor que, somado, daria o teto do funcionalismo; depois da polêmica, ela desistiu de pedir o restante do salário de ministra

postado em 02/11/2017 15:43
Como desembargadora aposentada, Luislinda Valois já recebia 
R$ 30.471,10 e, então, passou a receber mais R$ 3.292 como ministra, valor que, somado, daria o teto do funcionalismo; depois da polêmica, ela desistiu de pedir o restante do salário de ministra
Após pedir ao governo um salário acima do teto de R$ 61 mil mensal, a ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, explicou, nesta quinta-feira (2/11), que, por conta do novo cargo, precisa arcar com altos custos de vestimenta, de cabelo, de maquiagem e de comida. Ela afirmou ainda que já encaminhou um comunicado desistindo da alta quantia e, agora, espera por uma resposta. O Correio tentou entrar em contato com a assessoria de imprensa dela, no entanto, não obteve resposta.
Desembargadora aposentada, a ministra já recebia R$ 30.471,10 bruto. Dos R$ 30.934,70 que teria o direito a receber como ministra, ela ganha R$ 3.292 bruto, totalizando R$ 33,7 mil, mesmo salário de um ministro do Supremo Tribunal Federal. No requerimento ela pede para receber os dois valores sem cortes, o que lhe garantiria R$ 61 mil todo mês.

Luislinda comparou sua situação com a de um trabalhador escravo, por ter parte do salário contido. Ao jornal Estado de São Paulo, ela disse não se arrepender de ter feito a relação. "Eu fiz apenas uma analogia. Todo mundo sabe que o trabalho que não é remunerado é considerado trabalho escravo. Agora, porque que as pessoas se apegaram somente a isso? Isso é que eu não entendi", disse. "Por acaso alguém trabalharia 12, 14 horas por dias e diz que não quer salário? Que não gosta de salário? Quem faria um negócio desse?", acrescentou.

Como ministra, Luislinda tem direito a carro com motorista, jatinho da FAB, cartão corporativo e imóvel funcional. "Como desembargadora aposentada eu posso botar a minha sandália Havaiana e ir em qualquer lugar em Salvador. Mas como ministra de Estado eu não posso fazer isso, então já vem mais custo. Eu tenho uma representatividade. E eu recebo como ministra R$ 2.700 (líquido)", justificou. Luislinda disse ainda que, apesar de morar em um apartamento funcional, paga R$ 1,6 mil de condomínio e precisa manter imóveis dela em Salvador.

Caso o requerimento da ministra seja negado pelo governo, ela ressalta que não desistirá do cargo. "Eu continuo porque eu sou brasileira. Para mim dinheiro não é tudo. Eu continuo sobrevivendo", afirmou. Quando questionada sobre a carga horário e os baixos salários de uma parcela da população brasileira, ela respondeu:
"Como eu peticionei pedindo a revisão, as pessoas também poderão fazer seus pedidos e encaminhar para seus patrões. Eu aconselho a quem achar que deve é só requerer e aguardar a decisão da autoridade. Faço coisas que ninguém faz e ninguém divulga uma agenda minha. Agora um requerimento e o povo está me execrando?".

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