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Mãe denuncia que bebê teve a cabeça arrancada durante o parto em MG

Caso ocorreu em 30 de outubro em Minas Gerais. Mulher diz que equipe fez parto normal, quando cesárea foi recomendada. Polícia Civil já investiga o caso

Estado de Minas
postado em 17/11/2017 12:11
Mãe já tinha quarto preparado para a criançaA Polícia Civil investiga a morte de um bebê em Araguari, no Triângulo Mineiro. A mãe disse que a cabeça da criança, uma menina, foi arrancada durante um parto normal realizado na Santa Casa de Misericórdia da cidade, no fim de outubro. O hospital alega que a ela já não tinha sinais vitais quando a mulher deu entrada na unidade.

Em entrevista à TV Vitoriosa, filiada do SBT e parceira da TV Alterosa de Belo Horizonte, Tânia Borges Vieira Silva conta que fez todo o pré-natal na Policlínica de Tupaciguara, a 60 quilômetros de Araguari, mas foi encaminhada à Santa Casa porque a unidade do município não tinha condições para realizar o procedimento. Continua depois da publicidade

Ela foi encaminhada três vezes, sendo a primeira no dia 24 de outubro. O médico de Tupaciguara já havia dito a Tânia que o bebê era muito grande e não seria possível fazer o parto normal. ;Fui, os médicos disseram que não era tempo, vim embora para casa. No dia 25 passei mal outra vez, fui para Araguari de novo e fizeram a mesma coisa;, conta. Ela voltou ao hospital no dia 30. ;Quando foi na segunda-feira, passei mal, estava dando contração uma em cima da outra. Desci para a Policlínica e me mandaram para lá de novo;, diz.

Tânia disse à reportagem que uma enfermeira chegou a dizer aos colegas que não era possível realizar o parto normal, por conta da posição da menina. A mulher alega que, durante o procedimento, a criança ficou presa na região da bacia e, ao ter os pés puxados, a cabeça foi arrancada. ;Fizeram a cesariana para retirar a cabeça da minha menina, perdi muito sangue, fui parar na UTI. Fiquei dois dias na UTI. No terceiro dia, eu desci para o quarto, o médico foi lá me ver. ;Tá tudo bem com você?; Só isso que ele perguntou;, lamenta a mulher.

De acordo com a Polícia Civil, o caso é investigado pela delegada Paula Fernanda, da Delegacia de Proteção ao Idoso, Mulher e Criança de Araguari. O inquérito ainda está em andamento.

Por meio de nota enviada ao em.com.br nesta sexta-feira, a Santa Casa de Misericórdia de Araguari diz que a internação de Tânia foi aceita às 11h03 do dia 30, mas ela só deu entrada na unidade mais de duas horas depois. A entidade também afirma que o bebê já estava morto quando ela deu entrada. Leia o posicionamento do hospital na íntegra:

"SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE ARAGUARI declara que no dia dos fatos, 30/10/2017, a Sra. Tania Borges Vieira Silva teve sua internação aceita por este hospital, através do sistema SUS Fácil, às 11:03 e deu entrada no hospital somente às 13:23. O transporte foi de responsabilidade exclusiva do município de origem. A gestante chegou em trabalho de parto com exteriorização dos pés e do cordão umbilical e, já na chegada, foi detectado ausência de sinais vitais, o que comprova que o feto chegou em óbito à nossa admissão. O parto vaginal evoluiu com cabeça derradeira, complicação esta prevista em apresentações pélvicas, sendo necessário procedimento cirúrgico para sua resolução. O episódio é uma fatalidade e a Santa Casa e sua equipe técnica lamentam não ter tido acesso à paciente num momento mais precoce o que poderia ter contribuído para um desfecho mais favorável.

A Direção Geral, Clínica e Obstétrica do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Araguari."

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