Brasil

Tatuapé, Rosas de Ouro e Mancha Verde se destacam no carnaval de São Paulo

Reverências às belezas naturais e à cultura do estado do Maranhão, o universo dos caminhoneiros e uma grande homenagem aos 40 anos do Fundo de Quintal contagiam e embalam o público no Anhembi

Matheus Dantas*
postado em 10/02/2018 11:17
A Tom Maior fechou os desfiles no Anhembi
São Paulo - O primeiro dia de desfiles das escolas de samba de São Paulo era aguardado com muito carinho e ansiedade pelo público. Os presentes no sambódromo de uma coisa tinham certeza: as seis escolas iriam emocionar a todos.

Confira o balanço das seis primeiras escolas de samba que desfilaram na primeira noite no Carnaval de São Paulo.
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Independente Tricolor
Responsável por abrir o desfile do carnaval de São Paulo, a escola mais nova entre as agremiações, era também a agremiação que iria desfilar pela primeira vez no grupo especial. Com o enredo Em cartaz: luz, câmera e terror, uma produção independente, a agremiação vermelha e branco fez um passeio pelas histórias de filmes de terror, com personagens que trazem medo para pessoas, como o Zé do Caixão.

Entretanto, A Independente Tricolor não contava com um grande contratempo: a escola teve problemas no primeiro carro, que teve que ser rebocado. Com isso a agremiação deverá sofrer uma punição de 1,2 ponto.

Voltando para os pontos positivos, um dos grandes destaques foi a ex É o Tchan, Sheila Mello, a loira foi rainha de bateria da escola.


Unidos do Peruche
A Unidos do Peruche foi a segunda escola a entrar na avenida, com o samba enredo Peruche celebra Martinho, 80 anos do Dikamba da Vila, a escola fez o público cantar
em coro o verso "Hoje vai ter festa no ;Arraiá/ Aplausos aos 80 anos do artista genial/ Minha Peruche vem te exaltar/ Em mais um carnaval"

Na avenida a escola prestou uma bela homenagem à vida e à obra do sambista, que faz aniversário no dia 12 de fevereiro, segunda-feira de carnaval. Mostrando as raízes e inspirações que o levaram a música, a Peruche trouxe para a avenida amigos e parentes do cantor, como a cantora Mart;nália, filha de Martinho.

Não se limitando apenas à obra de Martinho, a Unidos do Peruche contou um pouco das influências musicais da gerações músicos brasileiros, como manifestações culturais e a relação do Brasil com a África.

Acadêmicos do Tucuruvi
Um desfile de superação. É com essa frase que podemos descrever a passagem da Acadêmicos do Tucuruvi pela avenida do samba. Prejudicada no início do ano por um incêndio no barracão, a escola teve cerca de 90% das fantasias queimadas, fazendo com que a liga, por decisão unânime, não julgasse o desfile da agremiação e garantido o Tucuruvi no grupo especial de 2019.

Na avenida, a escola trouxe o tema Uma noite no museu, com objetivo de mostrar a importância para a memória e história do mundo, desde a antiguidade. Museus como o do Louvre, da Língua portuguesa e do Amanhã foram representados na avenida, trazendo até vários quadros da Monalisa, obra mais famosa do pintor Leonardo Da Vinci.

Entretanto, o que mais chamou atenção no desfile foi a emoção dos membros, muitos deles chorando e cantando, levando o público acompanhar o samba.
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Mancha Verde
A Mancha Verde apostou em um desfile com muito brilho e surpresas, para homenagear um dos principais grupos de samba do Brasil, o Fundo de Quintal. Com uma chuva de papel durante todo o desfile, apresentou ao público a história, a obra e as raízes que levaram à formação do grupo que revelou nomes como Arlindo Cruz, Jorge Aragão e Sombrinha.

Com uma bateria intensa, comandada pela e rainha de bateria Viviane Araújo, a escola trouxe para a avenida o bloco Cacique de Ramos e referências à Imperatriz Leopoldinense, escola carioca do coração dos sambistas do grupo.

Diversos sucessos do Fundo de Quintal serviram como inspiração para as alas da Mancha Verde, como Bebeto loteria e Ô Irene. Ao fim do desfile, a agremiação veio com a ala ;O show tem que continuar; em referência à música de Arlindo Cruz.

Acadêmicos do Tatuapé
Uma das escolas mais esperadas a passar pela avenida, a atual campeã do carnaval de São Paulo, mostrou que vem forte para conquistar o bicampeonato. Com um samba enredo em homenagem ao estado do Maranhão, a escola fez com que todos os presentes no Sambódromo do Anhembi cantassem.
A ousadia da Acadêmicos do Tatuapé chamou a atenção em dois importantes quesitos. O primeiro foi pelos altos e luxuosos carros alegóricos que representavam a arquitetura de São Luís, casario colonial e habitações populares. Já o segundo foram as paradinhas realizadas pelos ritmistas da bateria, provando que o samba estava na ponta da língua dos presentes.

Rosas de Ouro
Antes mesmo de entrar na avenida o público já estava todo de pé para ver a Rosas de Ouro entrar. Com a proposta de realizar um verdadeiro espetáculo no Anhembi, a dupla sertaneja Maiara & Maraisa foram as responsáveis por abrir o desfile.

Com o enredo Pelas estradas da vida, sonhos e aventuras de herói brasileiro, em reverência ao universo dos camioneiros, a Rosas de Ouro trouxe a religiosidade, tradições, culinária e costumes dos caminhoneiros.

Logo de início, a escola levou para a avenida uma grande representação da principal devota dos caminhoneiros, Nossa senhora Aparecida, a padroeira do Brasil. Com a avenida abençoada, a escola apresentou uma bateria coreografada, fazendo paradinhas e levando o público ao delírio.

Tom Maior
Já era quase 6h quando a última escola a entrar na avenida iniciou os trabalhos. Com uma bateria inspirada, a Tom Maior fez com que todos que estavam presentes no Anhembi espantassem o sono e cantassem o enredo O Brasil de duas imperatrizes: de Viena para o mundo.

Com fantasias remetendo às vestes do passado e contado momentos importantes da história do Brasil, a Tom Maior teve como um dos destaques o carro abre-alas, representando o momento em que a imperatriz Leopoldina deixou a Europa e seguiu para o Brasil.

*Estagiário sob a supervisão de Vinicius Nader

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