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Casa Verde, Vai-Vai e Vila Maria se destacam no 2° dia de desfiles de SP

As três escolas deixaram o público atônito e se juntam a Acadêmicos do Tucuruvi, Rosas de Ouro e Mancha Verde como favoritas ao título

Matheus Dantas*
postado em 11/02/2018 15:21
A Império da Casa Verde levou crítica social à avenida
São Paulo - Após um primeiro dia de desfiles emocionante, as últimas sete escolas do grupo especial de São Paulo tinham como responsabilidade dar sequência ao grandioso espetáculo de carnaval no Anhembi.

Com as arquibancadas completamente tomadas, o que se viu foram desfiles luxuosos e ousados, como o da Império de Casa Verde e da Vai-Vai, além das grandes homenagens ao sertanejo e ao México, promovido pelas escolas Dragões da Real e Unidos de Vila Maria, respectivamente.

Confira os destaques da segunda e última noite de desfiles do grupo especial de São Paulo

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X-9 Paulistana
De volta ao grupo especial, a vice-campeã do grupo de acesso em 2017 brincou na avenida com o enredo A voz do samba é a voz de Deus ; Depois da tempestade vem a bonança, que retrata os ditados e bordões populares dos brasileiros.

Um dos atrativos do desfile foi a forte mistura de cores da escola, que quando tomou a avenida do samba por completou formou um "tapete" colorido.

Império de Casa Verde
A grandiosa e abusada Império de Casa Verde mais uma vez surpreendeu. Conhecida por trazer grandes carros para a avenida, a agremiação desfilou com o enredo O povo, a nobreza real, mostrando duas visões sobre a sociedade. A primeira, uma crítica sobre o comportamento das pessoas devido as regalias e o quanto elas influenciam de uma forma negativa sobre o mundo.

A segunda foi sobre as lutas do povo contra as injustiças, trazendo exemplos como a Queda da Bastilha e gritos de revoluções sociais como o recente ;vem pra rua;.

Um dos destaques que mais chamaram a atenção no desfile foram as luxuosas fantasias, com muito brilho, led e plumas. Como já é de praxe na escola, o último carro alegórico foi um imenso tigre branco, mascote da Império de Casa Verde.


Mocidade Alegre
Com o refrão "Não deixe o samba morrer, não deixe o samba acabar", a Mocidade Alegre entrou na avenida com 3.500 passistas para homenagear Alcione, uma das principais sambistas brasileiras.

A proposta da Mocidade Alegre foi: contar a vida de Alcione desde a juventude, quando saiu do Maranhão para tentar ganhar a vida no Rio de Janeiro. Passando por épocas como a ditadura, a relação com a escola Estação Primeira de Mangueira a alas representando algumas músicas de sucesso da cantora.

Vai-Vai
Uma das escolas mais esperadas pelo público para entrar na avenida, a Vai-Vai fez com que todas as atenções se voltassem para ela, ou melhor, para a grande homenagem que fez a Gilberto Gil.

Antes mesmo de entrar na avenida, o enredo Sambar com fé eu vou, já era cantado em coro pelo público, que aguardava ansiosamente para as surpresas que viriam pela frente. A primeira delas foi logo no carro abre-alas da escola, com um grande painel de led, que abria ao meio e trazia os passistas.

A homenagem a Gilberto Gil contou momentos desde a infância, com uma inteira jogando capoeira, início da carreira, as repressões sofridas durante a ditadura, com um carro que trazia o Big Bang, referência a Londres, onde Gil ficou exilado durante o período da ditadura militar. Gilberto Gil veio no último carro alegórico, com um turbante, ao estilo Filhos de Gandhi, sendo aplaudido de pé pelo público.
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Gaviões da Fiel
Embalada pela grande torcida presente nas arquibancadas do Sambódromo do Anhembi, a Gaviões da Fiel contou a história da segunda mais populosa cidade de São Paulo, Guarulhos.

Apostando no enredo que conta a história da formação do município, a escola trouxe fogos, grandes alegorias, gaviões, pernas de pau, índios.

Do ínicio ao fim, a torcida esteve de pé para prestigiar a passagem dos 3200 componentes, que, em cada ala, traziam uma verdadeira aula de história, contando desde a chegada dos índios.
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Dragões da Real
Vice-campeã do carnaval em 2017, a Dragões da Real foi a penúltima escola a entrar na avenida. Com um enredo que conta a história da música sertaneja e dos caipiras no país, a agremiação prestou homenagem a um dos gêneros mais preferidos dos brasileiros.

Com um enredo "chiclete" de ficar na cabeça de qualquer um que ouvisse, o refrão "eu sou caipira pirapora sim sinhô", lembrou o sertanejo. Trechos de sucessos como É o amor, Ainda ontem chorei de saudade e Nessa longa estrada da vida, também estavam inclusos dentro do samba, um dos mais simpáticos entre os apresentados na noite.

Unidos de Vila Maria
Já era 6h e as arquibancadas do Anhembi estavam completamente lotadas à espera da última escola do grupo especial entrar na avenida, a Unidos de Vila Maria.

A escola que esse ano se inspirou na cultura do México, trouxe o enredo Aproveitam-se de minha nobreza, você não soube, não te contaram? Suspeitei desde o princípio! Não contavam com a minha astúcia! Arriba, Bolãnos! Arriba, Vila! Arriba, México.

A Vila Maria ainda relembrou outros atrativos do país, como a Procissão da Virgem Guadalupe, a Festa da Independência e o Dia dos Mortos, além da história dos Maias e os Astecas.

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