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MP faz operação para prender acusados de furtar petróleo da Transpetro

Para viabilizar o desvio de produtos dos dutos da Transpetro, a organização criminosa arrendou um terreno em Barbacena, em Minas Gerais, por onde passa o duto da Transpetro do qual eles planejavam desviar petróleo e derivados para vender ilegalmente a refinarias clandestinas

postado em 21/03/2018 09:46
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) - por meio do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI) - desencadeou nesta quarta-feira (21/3) a Operação Bandeirantes.

Tem como meta cumprir sete mandados de prisão e dez de busca e apreensão contra acusados de furtar petróleo bruto e derivados dos dutos da Petrobras Transporte (Transpetro), o braço logístico da Petrobras para a área de transporte.

A operação, que conta com as participações de 28 agentes da CSI/MPRJ e 12 agentes da Corregedoria Interna da PMERJ, tem o apoio da Gaeco do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados.

As informações divulgadas indicam, ainda, que entre os alvos da operação estão os policiais militares Ernani Monte de Lima e José da Silva de Lima, lotados no 26; (Petrópolis) e 16; Batalhão de Polícia Militar (Olaria), respectivamente. Estão também envolvidos três ex-funcionários de empresas terceirizadas que prestaram serviço para a petroleira.

;Todos foram denunciados pelo crime de organização criminosa e tiveram a prisão preventiva pedida pelo Gaeco/MPRJ e concedida pela 1; Vara Criminal da Comarca de Duque de Caxias, local onde a organização criminosa se formou e se estruturou;, diz a nota do Ministério Público.

Segundo a denúncia, dos sete réus, seis moram no Estado do Rio e um em Minas Gerais. Para viabilizar o desvio de produtos dos dutos da Transpetro, a organização criminosa arrendou um terreno em Barbacena, em Minas Gerais, por onde passa o duto da Transpetro do qual eles planejavam desviar petróleo e derivados para vender ilegalmente a refinarias clandestinas.

Flagrante dado em março do ano passado

As informações do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro indicam que a operação teve como ponto de partida flagrante dado na quadrilha em março de 2017 quando ela se preparava para retirar material dos dutos pelo processo conhecido como trepanação.

O sistema consiste na instalação de uma válvula para desviar o óleo. Na ocasião, eles foram presos. Porém, acusados pela justiça mineira apenas por tentativa de furto qualificado, aguardam o julgamento em liberdade.

O flagrante, no entanto, deflagrou as investigações iniciadas pelo Ministério Público fluminense e que levaram às provas de que, para alugar o terreno por um ano, a quadrilha falsificou documentos e a assinatura de uma terceira pessoa estranha ao fato, inclusive, idosa, além de falsificar selo do 18; Registro de Notas da capital para dar aparência de legalidade ao aluguel do terreno em Barbacena.

A nota informa, ainda, que as investigações levaram à constatação de que um dos policiais envolvidos no crime participou tanto da escolha do local para o armazenamento do produto desviado, como da tentativa do furto, ao prestar uma espécie de segurança durante a ação dos demais membros do grupo. Para o MPRJ, ;esta atuação organizada constitui crime de organização criminosa pelo qual eles são agora denunciados;.

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