Carnaval2018

Banda de Ipanema terá presença do homenageado Martinho da Vila em desfile

O primeiro desfile teve início no final da tarde de hoje (10) pelas ruas do bairro da zona sul carioca

postado em 10/02/2018 21:37
O cantor e compositor Martinho da Vila celebra seus 80 anos na próxima terça-feira (13), participando do segundo desfile da tradicional Banda de Ipanema, da qual ele é o grande homenageado no carnaval deste ano. O primeiro desfile teve início no final da tarde de hoje (10) pelas ruas do bairro da zona sul carioca, percorrendo o circuito iniciado na Praça General Osório, passando pela Avenida Vieira Souto e pelas ruas Joana Angélica e Visconde de Pirajá, até retornar ao ponto inicial.

A foto de um sorridente Martinho da Vila estampa a camiseta oficial da banda, neste 54; carnaval do bloco fundado por Albino Pinheiro (1934-1999) e outros boêmios do bairro, como Ferdy Carneiro e os cartunistas Jaguar e Ziraldo. Corria o ano de 1964, em que os militares tomaram o poder no Brasil e já no carnaval seguinte, em 1965, a banda fazia seu primeiro desfile.

Irmão do fundador Albino, Cláudio Pinheiro é, há quase duas décadas, o ;general da banda; que, sem ter nascido com o propósito de resistência ao regime militar, acabou se tornando um espaço democrático, de irreverência bem carioca e fiel ao espírito boêmio de Ipanema. Desde antes do tema diversidade entrar na agenda, era o bloco em que todos os grupos sociais podiam brincar juntos o carnaval: jovens, velhos, famílias, gays, travestis, sem distinção de classe social.

Música de verdade e a pé


Durante décadas, a Banda de Ipanema foi um dos poucos grupos a manter acesa a chama do carnaval de rua no Rio, bem antes da explosão do número de blocos ocorrida a partir dos anos 90. No entanto, ao contrário de outros que adotaram carros de som, a Banda de Ipanema se mantém fiel ao desfile de seus músicos a pé, arrastando os foliões sempre com um repertório de música popular brasileira de qualidade, das marchinhas aos clássicos.

;Aqui só tem lugar para músico de verdade;, garante o trombonista Ismael Zacarias, maestro da banda, que em 2004, por meio de decreto municipal, foi declarada oficialmente patrimônio cultural do Rio de Janeiro, o primeiro bem imaterial contemplado com esse reconhecimento. Fora do carnaval, a Banda de Ipanema têm uma agenda de shows em espaços culturais e casas noturnas do Rio e de outras cidades.

Com desfiles que chegam a reunir mais de 90 mil pessoas, o gigantismo não tem afastado os foliões mais assíduos da banda. ;A gente tem que ficar ligado, porque há maus elementos, mas mesmo com muita gente dá pra curtir legal. Se sair uma briga, a gente se afasta;, disse Fábio Soares Vieira, há anos frequentador da banda.

Moradores na zona norte, os namorados Breno Santana e Mariana Ramos estavam fantasiados de Deus e Deusa do Amor. ;Escolhemos a banda porque fica perto da praia. A gente sai do desfile e cai no mar;, disseram.

Reverência permanente


Com a homenagem que lhe está sendo prestada este ano, Martinho da Vila se soma a uma vasta galeria de nomes da música popular brasileira celebrados nos desfiles da Banda de Ipanema. Um nome, porém, recebe uma reverência permanente: Pixinguinha (1897-1973).

A homenagem ocorre desde 1973, quando Pixinguinha morreu na Igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, em pleno carnaval, durante um batizado no qual era padrinho, e a banda passava pelo local. Desde então, quando o bloco chega à esquina das ruas Joana Angélica e Visconde de Pirajá, onde fica a igreja, os músicos tocam Carinhoso, a mais famosa composição de Pixinguinha.

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