O secretário de Transportes, Alberto Fraga, entrega nesta sexta-feira ao governador José Roberto Arruda um estudo que apontará a necessidade de reajustar as tarifas dos ônibus do transporte público do Distrito Federal. Os novos valores ainda não estão definidos e a palavra final será dada pelo governador. Fraga, porém, dá como certo o repasse do aumento de 8,8% no preço do óleo diesel aos passageiros.
;A partir da decisão do governador, poderemos negociar com os empresários os índices do aumento. Mas teremos que repassar o reajuste do diesel para o passageiro, não há outra opção;, reconheceu. Há dois anos e meio não há aumento das tarifas no transporte coletivo do DF.
O secretário também cogitou um possível aumento nas passagens do metrô futuramente. Segundo ele, com a integração do sistema de transporte público, o bilhete do metrô deve acompanhar o dos ônibus. A integração exige passagens unificadas que permitam ao usuário utilizar um único cartão nos dois meios de transporte. O governador Arruda, porém, afirmou que não vai haver aumento no metrô. ;Não está previsto neste momento um reajuste. Não vou autorizar isso agora. A ordem é recuperar os trens avariados e melhorar o sistema para aumentar o conforto da população;, ressaltou.
Ainda não se sabe a partir de quando as passagens de ônibus ficarão mais caras. O estudo tarifário foi encomendado à Secretaria de Transportes pelo próprio governador que quer saber se os ônibus dão prejuízos aos cofres públicos. Assim que receber o documento do grupo de trabalho, Fraga se reunirá com Arruda. ;Quem decidirá se haverá ou não aumento é o governador;, ressalta Fraga.
O diesel representa entre 25% e 30% dos custos do transporte coletivo do Distrito Federal. No início do mês, a Petrobras anunciou o aumento do preço dos combustíveis nas refinarias. Mas o governo federal decidiu cortar parte dos impostos que incidem sobre a gasolina para evitar que o reajuste chegasse às bombas dos postos. A decisão beneficiou os donos de carros, mas puniu quem anda de ônibus. No caso do diesel, não houve mudança tributária e o reajuste médio de 8,8% já chegou às bombas dos postos.
Atualmente, a tarifa do ônibus que liga duas cidades satélites é de R$ 3. O coletivo circular, que roda apenas na mesma cidade, custa R$ 1,50. E há 47 linhas em que a passagem custa R$ 1. Um passageiro do metrô, no entanto, paga R$ 2 para ir de Ceilândia para a Rodoviária do Plano Piloto. Desde 2001, os trens circulam com a tarifa promocional.