Cidades

Perícias caem 30% com a lei seca

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postado em 09/07/2008 08:50
Depois que a lei de tolerância zero à combinação álcool e volante entrou em vigor, o Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Civil do Distrito Federal registrou menos acidentes com vítimas, entre feridos e mortos. O IC é chamado toda vez que alguém se machuca para investigar as circunstâncias do acidente. Se compararmos a primeira semana de julho deste ano com os primeiros sete dias de julho de 2007, houve 11 perícias a menos ; queda de 30%. A redução é similar na comparação de 1º a 7 de julho deste ano com a primeira semana do mês passado, quando houve 35 procedimentos. Essa diminuição se traduz em menos vidas perdidas ou pessoas com seqüelas e também em mais recursos. Cada vez que os peritos vão às ruas examinar as circunstâncias de um acidente custa aos cofres públicos cerca de R$ 300. O levantamento feito pelo instituto se refere a perícias em acidentes de trânsito em que houve lesão grave ou morte realizadas entre as 20h e as 8h do dia seguinte. Segundo o diretor-adjunto do IC, Pedro Cabral, os números do período diurno sofrem muito pouca influência do consumo de álcool no sangue e não tiveram variação nos períodos comparados. De 1º a 7 de julho de 2008, 25 acidentes no DF foram periciados. Onze a menos do que nos primeiros sete dias de julho de 2007, com 36 perícias realizadas. Sem levar em conta variáveis econômicas como a inflação ou possíveis reajustes nos preços do material utilizado pelos peritos, a economia seria de R$ 3,3 mil. ;A diminuição nas saídas de nossas equipes, além da economia, gera menos carga para os peritos, o que permite melhor qualidade no trabalho realizado;, disse Cabral. O IC, que conta com 22 peritos. Ouça a explicação do diretor-adjunto do Instituto de Criminalística, Pedro Cabral, sobre a redução dos chamados para perícias em acidentes graves: O governador José Roberto Arruda está satisfeito com os efeitos da Lei Federal 11.705/08 no DF. Ele se pronunciou sobre o assunto ontem, no Centro Administrativo do governo local. ;Não há dúvida de que essa lei, no caso de Brasília, está trazendo excelentes resultados. Vamos ser cada vez mais inflexíveis na forma da lei;, garantiu. Multas A fiscalização de trânsito já vinha aumentando os flagrantes de motoristas alcoolizados desde janeiro deste ano ; quando a nova ainda não valia. Naquele mês, houve 130 autuações do tipo. Em maio, o número subiu para 173, o que equivale a cerca de R$ 165 mil para os cofres do GDF. O resultado foi quase 14% maior do que no mês de abril. Em junho, o sistema do Departamento de Trânsito (Detran) sofreu uma pane, cadastrando apenas 80 multas do tipo. ;Mas autuamos cerca de 200 motoristas sob efeito de álcool nesse período;, afirmou diretor-geral do órgão, Jair Tedeschi. Com a estimativa não oficial de junho, os seis primeiros meses do ano somam 918 multas de R$ 957 a motoristas que beberam. Ouça o comentário do diretor-geral do Detran, Jair Tedeschi, sobre o aumento de arrecadação de multas pelo órgão: Tedeschi, que calcula a receita mensal do Detran com as multas em cerca de R$ 20 milhões, refuta qualquer possibilidade de uma ;indústria de arrecadação; no DF. Segundo o diretor, apenas 20% de cada autuação aplicada por agentes fica com o órgão. Os 80% restantes são divididos entre despesas com postagem, pagamento da empresa que presta serviço de digitação e contribuições para o Fundo Nacional de Segurança e Educação de Trânsito e o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público. ;Parte do valor acaba voltando, não na forma de dinheiro mas de políticas públicas;, disse Tedeschi, em referência a iniciativas do governo federal como o Programa de Redução de Acidentes (Pare), do Ministério dos Transportes, que promove a campanha O Amigo da Vez e desenvolve pesquisas sobre acidentes em todo o território nacional.

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