A capital do país não tem chuva há 112 dias ; as últimas pancadas foram registradas pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) em 27 de abril, quando choveu 70 milímetros. De lá para cá, os aparelhos não marcaram nada além do zero. Na tarde deste domingo (17/08), a umidade relativa do ar baixou a 31%.
O céu passou o dia nublado e deixou muita gente na expectativa de chuva. No entanto, quem conhece bem a cidade sabia que era só uma aparência do tempo. ;Fica nublado e parece que vai chover, mas continua essa secura. Tenho que deixar uma vasilha de água em casa para ver se respiro melhor, mas na rua não tem jeito;, disse a dona-de-casa Maria das Graças Silva, 58 anos, que preferiu comprar uma garrafa de água mineral antes de caminhar da Rodoviária do Plano Piloto até a Catedral.
;A massa de ar seco está tão intensa que não deixa as nuvens terem um desenvolvimento grande, por isso não chove;, explicou o meteorologista do Inmet Mamedes Melo. A nebulosidade não trouxe chuva, mas manteve a umidade acima do esperado. Como as nuvens diminuem a evaporação de água da superfície, o ar fica um pouco mais confortável. De acordo com as previsões do Inmet, parte das nuvens vindas do oceano Atlântico devem deixar a cidade ainda hoje, o que pode derrubar a umidade mínima a 20%. As chuvas da primavera devem ocorrer a partir da segunda quinzena de setembro. Em 2007, só choveu no início de outubro.
A Secretaria Nacional de Defesa Civil enviou alerta de baixa umidade do ar para o DF, Bahia, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Piauí, Maranhão, Amazonas, Rondônia, São Paulo, Pará e Minas Gerais. Os mais precavidos, como a dona-de-casa Vitória Pereira, 44 anos, têm na ponta da língua a receita para amenizar os efeitos da seca. ;Tem que tomar banho frio, não usar muito sabonete, passar creme e muito batom;, indicou Vitória, que se considera acostumada com a estiagem.
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