Cidades

Vilma Martins acusada de apropriação indébita

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postado em 07/02/2009 08:37
Menos de seis meses após conquistar na Justiça a liberdade condicional, a ex-empresária Vilma Martins Costa voltou a ter o nome envolvido no noticiário policial. O problema desta vez é dentro da própria família. A comerciante Carla Beatriz Martins Silva, 38 anos, a mais velha das filhas legítimas da mulher condenada por sequestrar dois recém-nascidos, um deles em Brasília, acusou a mãe de apropriação indébita. O registro policial foi feito nesta semana em uma delegacia de Goiânia (GO) e detalha os motivos da briga entre as duas. O caso é investigado pelo 7º Distrito Policial (Setor Jardim América), que abriu inquérito na última quinta-feira para investigar a denúncia. A comerciante disse à polícia que deixou vários bens aos cuidados da mãe há cerca de oito anos. A data confere com a mudança dela para um país da Europa. Em agosto do ano passado, no entanto, a moça acabou deportada e, ao voltar ao Brasil, pediu tudo de volta. A ex-empresária teria negado a devolução de móveis de uma casa e do maquinário da mercearia Detalhes, ambas de propriedade da filha. Carla Beatriz também reclamou aos policiais o não pagamento de um empréstimo feito a Vilma logo que retornou à capital goiana. A dívida seria de R$ 9,5 mil, valor dado em dois cheques ; um de R$ 4 mil e outro de R$ 4,5 mil. O débito familiar deveria ter sido pago até novembro de 2008, o que não ocorreu. Ainda há informações na delegacia goiana de que a ex-empresária teria dito para a filha ;esquecê-la;. Nenhuma das duas foi encontrada pela reportagem. Vilma mora hoje em uma chácara no Jardim Samambaia. O titular do 7º Distrito Policial, delegado Paulo Roberto Tavares de Brito, também não ouviu o depoimento de Vilma. Mas adiantou ao Correio que talvez nem seja necessário, pois a apropriação indébita entre parentes de primeiro grau deve ser resolvida em juizados cíveis. ;A polícia poderia entrar nesse caso só se houvesse indícios de outro crime. Pelo que ouvi da Carla até agora, foi só isso que aconteceu. Provavelmente, vou pedir ao juiz para que o inquérito seja arquivado;, afirmou Brito. Longo currículo A ex-empresária Vilma Martins Costa ganhou a liberdade condicional em 18 de agosto do ano passado. Conquistou o benefício após cumprir um terço da pena de 15 anos e 9 meses por falsificação de documentos públicos, falsos partos e sequestros de dois recém-nascidos. A mulher passou apenas dois anos e noves meses atrás das grades, em cela do complexo penitenciário de Aparecida de Goiânia, na região metropolitana da capital goiana. Até a libertação, cumpriu os regimes semiaberto e aberto na Casa do Albergado por pouco mais de três anos. Entre as vítimas de Vilma está Pedro Rosalino Braule Pinto, o Pedrinho, levado de uma maternidade de Brasília em 1986 e descoberto em poder da ex-empresária 17 anos depois, em Goiânia. A Polícia Civil do DF confirmou o crime com um teste de DNA realizado em 2002. Pedrinho tem 23 anos, formou-se em direito e acabou de ser aprovado na primeira fase do exame da OAB-DF. Ela também sequestrou Aparecida Fernanda Ribeiro da Silva e a criou como Roberta Jamily, hoje com 30 anos. A polícia goiana confirmou o caso em 2003, com outro teste de DNA. O rapto ocorreu em 1979.

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