Cidades

UnB pesquisa sedentarismo e hábitos de alimentação na periferia de Brasília

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postado em 05/04/2009 16:04
O Centro de Alimentação Saudável da Universidade de Brasília (UnB) está realizando uma pesquisa em São Sebastião, região administrativa a 26 quilômetros do Plano Piloto, para levantar o que influencia as pessoas na escolha dos alimentos. O estudo quer saber o porquê da preferência por produtos industrializados com alta concentração de açúcar e de gordura e baixo valor nutritivo. O hábito da má alimentação não tem classe social, afirma a nutricionista Caroline Romeiro, pesquisadora da UnB. No entanto, a pesquisa já identificou que as pessoas que vivem em São Sebastião consideram mais cara a alimentação saudável, base de frutas e hortaliças. Caroline, porém, contradiz o senso comum e lembra que há sempre frutas e hortaliças da estação, de boa qualidade e com preços em promoção. O estudo do Centro de Alimentação Saudável faz parte de do projeto Jogo de Cintura que envolve outros setores da UnB, o governo do Distrito Federal e outras instituições. Além da alimentação, o projeto verifica as razões do sedentarismo. Segundo Caroline, a prática de atividade física depende da disponibilidade de espaço físico e de segurança. Ela lembra que São Sebastião, por exemplo, têm parque ao redor, mas não há condições de uso por falta de infra-estrutura e vigilância. A falta de condições de uso de determinados espaços exclui grande parte da população da prática de atividades físicas. São atividades que acontecem durante o dia. A população não sai de noite para fazer exercícios. Quem trabalha o dia inteiro, chega noite lá, não pode participar por conta da falta de segurança no local. A enfermeira Edisa Brito Lopes, da Gerência de Doenças e Agravos não-Transmissíveis da Secretaria de Saúde, confirma a falta de espaço adequado para a prática de exercícios em São Sebastião, diz que os maus hábitos alimentares são comuns e assinala que o local tem, como resultado, alto índice de pessoas com sobrepeso e obesidade. A falta de infra-estrutura, segurança e espaço adequado para praticar exercícios não aflige apenas a periferia das grandes cidades. O médico e mestre de tai chi chuan Moo Shong Woo há 35 anos reúne e orienta praticantes desta arte marcial de origem chinesa na Entrequadra 104/105 Norte do Plano Piloto de Brasília Ele se queixa de que naquele espaço, já batizado como Praça da Harmonia Universal, falta uma área com cobertura para os dias de chuva.

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