Cidades

Secretaria vai rever tratamento de Alzheimer

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postado em 29/05/2009 08:12
A Secretaria de Saúde reconheceu que precisa rever o procedimento para a liberação de remédios para os pacientes com Alzheimer do Distrito Federal. Depois que o Correio denunciou que apenas 163 pacientes são cadastrados para receber os medicamentos que ajudam a controlar o mal, o secretário adjunto de Saúde, Florencio Cavalcante, convocou uma reunião entre a coordenação de neurologia e o comitê responsável pela entrega das drogas. O Ministério Público do DF também vai investigar o caso. Os critérios utilizados para definir quem tem direito aos medicamentos excluem mais de 91% das pessoas que precisam do tratamento. Depois da reunião, marcada para 10h de hoje, a Secretaria de Saúde deverá anunciar mudanças. Hoje, quem precisa do remédio deve fazer exame de HIV e não pode ter hipertensão, diabetes ou colesterol alto. A justificativa é que as exigências são feitas pelo Ministério da Saúde, mas o documento federal não cita nenhum exame laboratorial como cobrança. Pela norma, o médico que atende o paciente deve realizar exames clínicos para receitar os remédios. ;Vou consultar o Ministério da Saúde ainda essa tarde sobre o procedimento correto. Vamos estudar a portaria para traçar novas diretrizes para a distribuição dos medicamentos;, afirmou Florencio Cavalcante. A promotora da Promotoria de Defesa da Saúde, Kátia Gisele Martins Vergara, disse que vai abrir um processo de investigação para apurar se a Secretária de Saúde está exagerando na interpretação da norma ministerial. Ela vai analisar o protocolo nacional e requisitar informações para o ministério e a própria secretaria. ;É preciso ver se existe uma justificativa técnica para pedir teste de HIV ou se é um procedimento meramente burocrático e excludente, que constrange os pacientes;, afirmou a promotora. O DF tem cerca de 7,5 mil pacientes com Alzheimer e pelo menos 2 mil deles deveriam usar os medicamentos, que não curam o mal, mas melhoram o comportamento e a sociabilidade do doente e são capazes de retardar a progressão da doença. São três drogas diferentes ; Donezepila, Rivastigmina e Galantamina ; que custam entre R$ 80 e R$ 450. Os médicos responsáveis pela distribuição dos remédios justificam que HIV, pressão alta e diabetes podem causar demência.

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