Cidades

Seminário para desenvolver uma atitude autossustentável

UnB discute meios de implantar formas racionais de lidar com manejo de lixo, gasto de água e utilização de energia

postado em 04/06/2009 08:45
Acomunidade acadêmica da Universidade de Brasília (UnB) iniciou ontem um seminário para discutir as medidas necessárias para tornar o câmpus ecologicamente correto. Os problemas provocados pela produção excessiva de lixo ou do consumo igualmente alto de energia e de água fazem parte dos principais assuntos abordados pelo evento. Atualmente, só o Instituto Central de Ciências (ICC) ; o Minhocão ; e as faculdades da UnB produzem em média 10 toneladas de lixo por mês. Como lá não existe um programa específico de coleta seletiva, a maior parte dos resíduos acaba no lixão da Estrutural. Mas não existem dados atualizados sobre o tamanho real da produção de lixo na UnB. O último estudo data de 1999, quando a comunidade acadêmica era de 20 mil estudantes e servidores ; hoje, são aproximadamente 30 mil ; e revelou uma produção mensal de 42,5 toneladas de lixo. Para a coordenadora da Agenda Ambiental da UnB, Vera Catalão, é preciso dar uma atenção maior a esses problemas. ;As estatísticas de hoje não contam nem com a produção de lixo do Restaurante Universitário (RU), que deve ser imensa;, apontou. ;Só de copos plásticos, o RU apresenta um consumo mensal de 240 mil unidades. Começamos um trabalho lá para diminuir esses números. Trata-se de uma substituição dos copos descartáveis por canecas de plástico, dadas aos alunos para uso próprio. Já distribuímos cinco mil canecas. Cada estudante fica responsável pela sua.; Ela informou que o próximo passo é distribuir canecas para os servidores. O projeto visa eliminar a presença excessiva de copos descartáveis dentro do câmpus até 2010. Uma caixa de papelão deixada em cada uma das salas é outra medida simples para evitar o acúmulo de lixo seco. A ideia é que os estudantes e professores deixem nas caixas somente folhas de papel que não irão mais usar. Esse material será recolhido e entregue a uma cooperativa de catadores de papel. ;Também defendemos o uso da intranet do câmpus entre os servidores para resolver problemas rotineiros, sem ter que imprimir documentos desnecessariamente;, detalhou Vera. Outro tema em pauta é o uso do verso de papéis descartados. Para diminuir a quantidade de lixo produzida na universidade, uma das medidas discutidas é a criação de um galpão de triagem de lixo seco reciclável dentro do câmpus. Consumo alto Outros pontos importantes abordados no seminário estão relacionados com o gasto de energia e de água. Nos últimos três anos, o consumo médio de energia no câmpus foi de R$ 416 mil mensais ; uma quantia considerada aceitável pelo Departamento de Engenharia Elétrica, tendo como base o tamanho da comunidade da UnB. No entanto, eles defendem que dá para reduzir esse índice em 20 a 30% com uso mais racional da energia elétrica. No que diz respeito à água, a UnB conseguiu reduzir em 73% o consumo nos últimos 16 anos. Enquanto em 1992 a média era de 70 mil metros cúbicos de água por mês, em 2009 foram gastos em média 19 mil metros cúbicos mensalmente. No entanto, não basta somente apresentar soluções para os problemas vividos dentro da universidade. Também é necessário realizar uma mudança de cultura. ;Mudar de hábito exige um trabalho de educação permanente. É preciso sempre lembrar às pessoas a importância desses pequenos gestos;, alertou Vera. O estudante de Engenharia Florestal Fernando Carvalho Vieira, 21 anos, é um dos interessados em discutir os problemas ambientais dentro da UnB. ;Já que somos cidadãos universitários, ditos civilizados, o mínimo que podemos fazer é ficar consciente do meio ambiente e ajudar a preservá-lo;, defendeu. O seminário continua hoje no auditório Dois Candangos, a partir das 12h30. Na programação, destacam-se discussões sobre saúde e nutrição. Amanhã, serão debatidos outros pontos como mobilidade sustentável, comunicação e educação ambiental.

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