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Reforma da Catedral sai do papel

Revitalização custará R$ 25 milhões e será paga pelo GDF e pela Petrobras. Obras deverão ser concluídas até abril de 2010, quando a cidade completa 50 anos. Durante o trabalho, haverá interdições parciais na igreja

postado em 18/06/2009 08:37
Iniciada a contagem regressiva para a reforma da Catedral Metropolitana de Brasília. O Governo do Distrito Federal espera concluir as obras até o aniversário de 50 anos, a ser comemorado em 21 de abril de 2010. A Fundação Ricardo Franco, ligada ao Instituto Militar de Engenharia (IMEC), no Rio de Janeiro e vencedora da licitação, iniciou a construção do canteiro de obras. Essa etapa, destinada a abrigar os trabalhadores e as ferramentas, deverá demorar quase um mês. O trabalho de recuperação está previstos para começar na segunda quinzena de julho. ;Estamos muito felizes. Na semana que vem, devo me reunir com os engenheiros para tratar da reforma;, disse o pároco da Catedral Metropolitana de Brasília e vigário-geral da Arquidiocese da cidade, monsenhor Marcony Ferreira. A primeira etapa da obra foi garantida com o pagamento de R$ 12,5 milhões, metade dos R$ 25 milhões que serão investidos. Os gastos serão divididos entre a Petrobras e o GDF. A estatal destinará R$ 17 milhões e o governo local bancará o restante. O convênio entre o GDF e a Petrobras foi assinado no fim do ano passado. Porém, a primeira parcela dos recursos destinados à obra só saiu no dia 15 de maio deste ano.Foram R$ 4,25 milhões do governo e R$ 8,25 milhões da Petrobras. ;Eu sei que parte do dinheiro já foi liberada pela Petrobras e pelo governo do Distrito Federal. Vamos esperar que o resto saia logo para as obras serem aceleradas;, disse monsenhor Marcony. Segundo ele, a nossa reforma custará menos que a do Palácio do Planalto. De acordo com monsenhor Marcony, ficou acertado que a Catedral não será fechada para o público durante as obras. A interdição ocorrerá em etapas. Primeiro, ficará bloqueada com tapumes a área entre os anjos esculpidos pelo artista Alfredo Ceschiatti e o altar. A previsão é que essa fase dure dez meses e deverá custar metade do investimento total. ;O batistério também vai ficar aberto porque temos batizados já programados e não podemos cancelá-los;, justificou o pároco. Serviços Os vidros externos e os vitrais da artista plástica Marianne Peretti serão substituídos por materiais que reduzem a absorção de calor e garantem maior tempo de vida às peças. As vigas que separam as colunas também passaram por reforma. Ganharão impermeabilização para evitar que a água da chuva entre no santuário como vem ocorrendo. As redes elétrica e hidráulica também serão reparadas, assim como os banheiros, hall de entrada, sacristia e salas administrativas. Os cabos de aço que sustentam os três anjos suspensos, obra de Alfredo Ceschiatti, serão trocados por outros mais resistentes para oferecer maior segurança aos turistas e aos fiéis. O espelho d;água será impermeabilizado para evitar as infiltrações que danificam as paredes do templo. As 16 colunas de concreto armado ganharão nova pintura. A instalação de um novo sistema permitirá que os quatro sinos da igreja voltem a badalar. As obras de recuperação incluem ainda a construção, no subsolo da igreja, da capela do Santíssimo Sacramento, edificação que completa o projeto do arquiteto Oscar Niemeyer Consenso Por ano, a Catedral recebe cerca de 800 mil visitantes, e está entre os monumentos mais procurados por quem visita a capital federal. Muita gente que visitava a Catedral ontem não acreditava que, enfim, as obras de reforma do santuário seriam iniciadas. Alguns turistas chegaram a tirar fotografias perto das armações de madeiras que vão compor o canteiro de obras. ;Vim aqui duas vezes e estava passando da hora de essa reforma ser feita;, disse a mineira Alessandra Dias, 33 anos, que hoje mora no Setor Sudoeste. Para ela, a igreja é um símbolo importante de Brasília. Quem também aprovou a revitalização da Catedral Metropolitana de Brasília foi a amazonense Regina Peres, 50. ;É necessário, pois ela é uma obra de arte que estava esquecida;, destacou a psicóloga. O maior problema causado pelas atuais condições do prédio da Catedral são as goteiras. Quando chove, a água se infiltra pelas vigas entre as colunas de vitrais. Em meio às celebrações eucarísticas, funcionários da igreja improvisam a captação da água com baldes espalhados pelo salão da nave principal.

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