Cidades

Marginalização é reflexo da ausência dos pais

Renato Alves
postado em 28/06/2009 08:20
[SAIBAMAIS]A assistente social Michely Raquel Silva Santos conhece como ninguém as histórias dos adolescentes infratores de Anápolis que têm os pais na Europa. Há quatro anos, ela atende todos os meninos e meninas internados por ter cometido algum ato infracional na cidade. De todos, ouviu reclamações sobre a ausência do pai, da mãe ou dos dois. Michely não tem dúvida de que a falta dos pais contribui para a marginalização das crianças e adolescentes deixadas para trás. ;A mãe do menino, por exemplo, pode até não ter ido se prostituir, mas só de ela estar fora ele já carrega a pecha de ser filho de uma prostituta;, observa. Mesmo os que são levados depois pela mãe convivem com as sequelas do abandono parcial, segundo a especialista. A assistente social Michely Santos atende os infratoresEla conta que muitos dos meninos e meninas que os pais levam para Europa acabam voltando sozinhos. ;No período de ausência dos pais, essas crianças criam hábitos e vícios, se perdem. Por isso não se adaptam a outro mundo;, explica. Para o juiz Carlos José Limongi Sterse, da Vara da Infância e da Juventude de Anápolis, pior situação vivem as crianças deixadas pelos pais com vizinhos ou até desconhecidos. ;Essas ficam ainda mais vulneráveis. Os responsáveis geralmente só estão interessados no dinheiro que os pais das crianças mandam todo mês;, comenta o magistrado.

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