Cidades

Caron rebate acusações de testemunhas

postado em 07/07/2009 14:49
No intervalo para almoço concedido pelo juiz Germano Oliveira Henrique de Holanda, o ex-médico Denísio Marcelo Caron negou as acusações sofridas durante o depoimento de familiares das duas mulheres mortas após se submeterem a uma cirurgia de lipoaspiração. O ex-médico disse que não se recusou a ir de Goiânia a Brasília para atender Graziela Murta Oliveira, 26 anos, quando solicitado pela família da paciente. "Jamais recusaria cuidar de uma paciente. Nunca fiz isso", garantiu. Durante a manhã, a primeira testemunha de acusação ouvida foi Patrícia Murta, irmã da vítima, a universitária Graziela Murta Oliveira, 26 anos. Ela relatou ao júri que, um dia após a cirurgia, Graziela teve febre alta e vomitou por diversas vezes. Mesmo com a preocupação da família, o médico afirmou que os sintomas eram naturais devido ao tipo de intervenção cirúrgica que ela havia sofrido. Segundo Patrícia, procurado diversas vezes, Caron afirmou que estava em Goiânia cuidando de seus cavalos e que não poderia se ausentar. [SAIBAMAIS] Questionado, o ex-médico também alegou que não trocou de advogado, às vésperas de enfrentar o júri, para tentar escapar do julgamento marcado para esta terça-feira (7/7) em Taguatinga. Até 3 de julho, ele mantinha três advogados: Lucílio Borges Corveta da Silva, Luiz Fernando Bernardes Cardoso e Raphael Fernandes. Os advogados entraram com pedido de suspensão dos trabalhos no Supremo Tribunal Federal (STF) ao alegar que o presidente do Tribunal do Júri de Taguatinga marcou o julgamento sem levar em conta um habeas corpus. "Mudei de advogado por questões financeiras. Não tenho mais condições de arcar com os custos do processo. Estou acabado financeiramente", disse. Porém, Caron se contradisse. No início do julgamento, o advogado de defesa, Ricardo Silva Naves, chegou a solicitar a separação dos processos numa tentativa de adiar o julgamento, mas não teve sucesso. O ex-médico garantiu também que não suspendeu o antibiótico receitado a Graziela Murta, como relataram familiares. "Isso não aconteceu. Um médico não poderia fazer isso, num quadro como o da paciente. O que se faz é receitar outro." Laudo Caron também se defendeu da acusação de ter tido responsabilidade na morte da funcionária da Terracap Adcélia Martins de Souza, 39 anos. Adcélia morreu na mesa de operação, em 29 de janeiro, no Hospital Anchieta, em Taguatinga. A primeira pessoa a testemunhar em favor da vítima foi o cirurgião cardíaco Nestor Junior. Ele contou que passava pelo corredor do hospital, quando foi chamado a participar da reanimação de uma paciente. Segundo o médico, ele fez um implante de marcapasso porque o coração da paciente não batia no ritmo. Nestor Junior ainda afirmou que, quando chegou à sala de cirurgia, Caron já trabalhava na reanimação por pelo menos 40 minutos. "Não havia coagulação no sangue dela. O quadro indicava sangramento forte, mas Caron disse que, pelas incisões feitas, era normal. A cama estava toda molhada de sangue", disse Junior. Para Caron, o laudo do IML - que indicou como causa da morte uma hemorragia por uma incisão na axila - é não conclusiva e controversa. "A cirurgia foi feita às 11h, e só no fim da operação, às 13h, a paciente apresentou problemas cardíacos. O laudo não prova nada", disse Caron. O acusado ainda afirmou que já fez mais de duas mil cirurgias, das quais 17 foram mal sucedidas. Testemunha Mais cedo, a quarta testemunha de Graziela, a massagista Denise Souza Santos, falou ao júri. "Ela (Graziela) disse que queria tirar gordura do bumbum e da coxa. Na recuperação, achei a perna dela inchada. Ela teria que passar por 20 sessões de massagem linfática, mas em duas piorou e foi para o hospital", relatou Denise.

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