Cidades

Apuração do crime na 113 Sul causa disputa interna na Polícia Civil

postado em 08/09/2009 08:22
O Serviço de Inteligência da Polícia Civil do Distrito Federal, que foi designado para dar suporte à 1; Delegacia de Polícia (Asa Sul) nas investigações, começa a demonstrar insatisfação com a forma como é conduzida a apuração do crime na 113 Sul. Parte dos investigadores já defende a transferência do caso para a Coordenação de Investigação de Crimes Contra a Vida (Corvida/PCDF), ex-Delegacia de Homicídios (DH).

Alguns agentes disseram ontem ao Correio que a delegada responsável pelo inquérito policial, Martha Vargas (titular da 1; DP), não dispõe de pessoal suficiente para se dedicar exclusivamente às apurações. Por isso, defende a mudança de comando do inquérito. O Serviço de Investigação de Crimes Violentos (Sic-Vio) da 1; DP, argumentaram eles, não pode parar de investigar outros casos pendentes na unidade policial da Asa Sul para se dedicar somente ao triplo homicídio.

A 1; DP dispõe somente de 20 agentes de polícia. A Corvida, por sua vez, tem duas seções, cada uma com a mesma quantidade de agentes: 20 cada uma. ;Quando um crime desses é repassado para a gente, todo mundo para o que está fazendo e se dedica somente a ele;, disse um policial, que pediu para não se identificar. Além disso, os agentes da Inteligência reclamam que a equipe da 1; DP tem centralizado as principais informações sobre o caso, dificultando o trabalho de apoio. (Ary Filgueira)

[SAIBAMAIS]CRONOLOGIA

Dia 28, sexta-feira
Por volta das 19h, o advogado José Guilherme Villela, 73 anos, sua mulher, Maria Carvalho Mendes Villela, 69, e a empregada do casal, Francisca Nascimento da Silva, 58, são mortos a facadas no apartamento da família, na 113 Sul. O apartamento não tinha sinais de arrombamento e foi trancado pelo criminoso.

Dia 31, segunda-feira
No fim da tarde, familiares do casal vão ao prédio para tentar descobrir por que os dois não tinham ido trabalhar. Com a ajuda de um amigo, que é policial federal, e de um chaveiro, o apartamento é aberto. Os corpos estavam na cozinha e no corredor do imóvel, em avançado estado de decomposição. Joias foram levadas do apartamento.

Dia 1;, terça-feira
Os peritos colhem diversas provas no apartamento e os investigadores começam a ouvir testemunhas.

Dia 2, quarta-feira
A polícia ouve moradores do Bloco C, convoca outras testemunhas e realiza outra perícia na residência dos Villela.

Dia 3, quinta-feira
As investigações apontam para a suposta participação de um jovem, filho de uma pessoa ligada aos Villela. A tese era de latrocínio (roubo seguido de morte). Circula a informação de que duas pessoas teriam sido presas, mas a polícia nega.

Dia 4, sexta-feira
O caso muda de rumo. Após levar à cena do crime uma testemunha encapuzada, a polícia fala em reviravolta nas investigações.

Dia 5, sábado
As investigações passam a ter como hipótese mais provável a tese de que o casal Villela foi assassinado por encomenda.

Dia 6, domingo
O jovem de 23 anos que seria suspeito de participar do crime presta depoimento, apresenta um ábili perfeito e a tese de latrocínio comum é praticamente descartada.

Dia 7, segunda-feira
Os peritos voltam ao apartamento da 113 Sul para colher novas provas.

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