Cidades

Prazo para fim do inquérito de triplo homicídio é prorrogado

Justiça aceita a prorrogação do inquérito, mas não concede os 60 dias pedidos pela polícia. A 13ª perícia é feita no imóvel dos Villela

Guilherme Goulart
postado em 03/10/2009 07:00
Os investigadores da 1; Delegacia de Polícia, na Asa Sul, ganharam ontem mais tempo para concluir o inquérito responsável pela apuração do triplo homicídio ocorrido na 113 Sul. Apesar do parecer favorável à solicitação, os policiais não terão os 60 dias pedidos para concluir a investigação dos homicídios do casal de advogados José Guilherme Vilella, 73 anos, e Maria Carvalho Mendes Vilella, 69; e da principal empregada deles, Francisca Nascimento da Silva, 58. O prazo para o fim do caso ficará limitado a 30 dias.

O pedido de prorrogação do inquérito foi encaminhado pela polícia na última quinta-feira. O promotor Maurício Miranda, do Tribunal do Júri, recebeu ontem as peças do inquérito. "Entendemos que 30 dias são suficientes para que a polícia resolva as linhas de investigação reunidas até agora. Se não tivesse nenhuma, seria o caso de encaminhar o inquérito para a Corvida (Coordenação de Investigação de Crimes Contra a Vida), mas não é", explicou Miranda.

Segundo o promotor, se houver necessidade, o prazo da investigação pode ser ampliado por mais 30 dias, após o término do novo período de investigação. Os policiais pediram mais tempo para a apuração, pois o primeiros mês não se mostrou suficientes para a conclusão do caso. Os corpos das três vítimas só foram encontrados em 31 de agosto, três dias após os assassinatos. Ao todo, o casal e a empregada receberam 73 facadas. As linhas de investigação são crime por encomenda e latrocínio (roubo com morte). Não houve prisões até o momento.

Sacos plásticos
Por enquanto, os investigadores continuam a apostar em perícias no apartamento 601/602 do Bloco C da 113 Sul - cenário da tragédia - e em depoimentos de testemunhas para resolver o mistério. Pela manhã, a delegada-chefe da 1; DP, Martha Vargas, com dois peritos, esteve mais uma vez no imóvel. Já somam-se 13 perícias(1). Martha permaneceu por mais de três horas e saiu do local carregando sacos plásticos e documentos.

À tarde, a delegada colheu mais depoimentos. O primeiro a dar esclarecimentos foi um homem que prestou serviços no apartamento dos Villela. Ele tinha contado à polícia sobre um fundo falso no closet, onde o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a mulher guardariam dinheiro e joias. Também depôs um dos policiais civis que acompanharam a neta do casal Carolina no dia em que os corpos foram descobertos. O filho das vítimas, Augusto Villela, e a namorada dele estiveram na delegacia, mas a delegada estava ocupada e não pôde ouvi-los.

O policial civil lotado na Divisão Especial de Repressão a Crimes contra a Administração Pública se apresentou à 1; DP pela segunda vez desde o início das investigações. Havia prestado depoimento na noite de 31 de agosto passado. Um representante do Sindicato dos Policiais Civis do DF acompanhou o interrogatório. Segundo ele, Martha Vargas queria saber se o colega de corporação se lembrava de mais algum detalhe visto no imóvel. Mas o agente informou que não se recordava de nada que pudesse ajudá-la. Na noite da última quinta-feira, a filha mais velha do casal, Adriana Villela, compareceu à unidade policial para conversar novamente com a delegada.

A polícia também continua a analisar imagens captadas pelos circuitos de segurança de prédios vizinhos ao Bloco C da 113 Sul. Entretanto, o diretor do Departamento de Polícia Circunscricional (DPC), André Victor do Espírito Santo, comentou que as cenas pouco contribuem para a solução do crime brutal.


Varreduras
Peritos do Instituto de Criminalística (IC) e do Instituto de Identificação (II) vasculharam diversas vezes o apartamento unificado 601/602 do Bloco C da 113 Sul à caça de impressões digitais, sangue ou outro vestígio que pudesse conter o material genético do assassino (ou assassinos). Até agora, porém, divulgou-se que apenas fragmentos de digitais suspeitas foram encontrados. Tudo leva a crer que o local tenha sido muito bem limpo no intervalo entre o triplo homicídio e a descoberta dos corpos.

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