Cidades

Alimento e moradia elevam inflação em Brasília

Em quatro semanas, o índice chegou a 0,34%, o maior entre as sete capitais pesquisadas pela FGV

Mariana Flores
postado em 20/10/2009 09:18
Hora de apertar os gastos em casa. Os custos com alimentos e habitação subiram acima da inflação média no Distrito Federal. Os dois grupos foram responsáveis por elevar o índice no último mês ao patamar mais alto do país. O custo de vida na cidade subiu 0,34% nas quatro últimas semanas, maior variação entre as sete capitais pesquisadas pela Fundação Getulio Vargas (FGV) para compor o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S). A média nacional foi de 0,05%. Os alimentos encareceram, em média, 1,01% desde meados de setembro. E os preços de produtos e serviços de habitação, 0,57%. Foram os custos que mais tiveram alta, tanto no mês quanto em 2009 e no acumulado dos últimos 12 meses (veja quadro).Os especialistas recomendam que é hora de conter as despesas domésticas.

Em quatro semanas, o índice chegou a 0,34%, o maior entre as sete capitais pesquisadas pela FGVOs aumentos superiores à inflação não representam uma alta generalizada de preços com possibilidade de pressão nas próximas semanas, segundo o coordenador do IPC-S, André Braz. ;Esse aumento não quer dizer que o custo de vida em Brasília vá aumentar muito. É que a desaceleração nos valores das hortaliças e legumes não foi tão sentida na cidade como em outras capitais. Como esses produtos não têm peso grande no orçamento dos brasilienses, por terem salários mais altos(1), suas variações não influenciam da mesma forma o índice.;

A variação dos preços das hortaliças e legumes nas quatro últimas semanas foi de 0,89%, contra 5,76% registrado no início deste mês. Os alimentos em geral comprometem menos de 20% dos gastos mensais dos moradores do DF. A média nacional é de 28%. ;Quanto mais se ganha menos se compromete com alimentos;, afirma Braz.

No mesmo período, os alimentos que mais subiram foram o quiabo (19,79%), a cebola (24,67%) e o contrafilé (8,45%). Já os custos com moradia aumentaram em função de elevações na tarifa de eletricidade(2) residencial (2,83%) e do condomínio residencial (0,61%). Para evitar que o orçamento doméstico fique mais apertado, as famílias têm que mudar hábitos. ;A orientação é que as donas de casa experimentem produtos de marcas mais baratas, que tenham os mesmos ingredientes e as mesmas quantidades. Marcas menos conhecidas geralmente custam menos, mas dão os mesmos efeitos.É preciso testar;, ensina a presidente da Associação das Donas de Casa de Brasília e Entorno, Suely Bezerra da Silva. ;Elas devem também aproveitar as promoções, mas prestar atenção na data de validade. Comprar produtos com vencimento próximo pode significar que vão acabar no lixo logo, o que é desperdício de dinheiro;, completa.

Para garantir uma economia significativa, a dica é envolver toda a família na missão, ensina o educador financeiro Reinaldo Domingos, autor do livro Terapia financeira. ;É preciso fazer uma faxina financeira na vida, descobrir para onde vai cada centavo do dinheiro da família e, a partir daí, promover cortes. Por exemplo: é necessário ter geladeira e freezer? Ter os dois gasta muita energia. E orientar os filhos: se ninguém utiliza um eletroeletrônico, desligue-o da tomada. Outra dica é diminuir o tempo do banho, trocar lâmpadas por outras mais econômicas;, orienta. ;É tudo uma questão de hábitos de consumo novos. A inflação alta é um bom motivo para começar, é preciso limpar os excessos.;

1- Alta renda
A renda média do brasiliense é a mais elevada do país. Em 2008, a média era de R$ 2.117, mais do que o dobro da média nacional, de R$ 1.036. A segunda colocada no ranking, São Paulo, tem um salário médio de R$ 1.290. Os números constam na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada em setembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

2- Luz mais cara
O aumento total na tarifa de energia elétrica foi fixado em 11,53%. Na inflação de setembro os consumidores sentiram o primeiro impacto: 8,16%

Hortaliças e os legumes, itens que mais pressionaram o bolso dos brasilienses

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